O papa Francisco criará 21 novos cardeais amanhã (30) num consistório público ordinário no Vaticano. Entre eles há um português e cinco latino-americanos. No entanto, alguns confundem um consistório com um conclave.

O que é um consistório?

Um consistório é a reunião do colégio dos cardeais convocada pelo papa para ajudá-lo no governo da Igreja Católica. Neste contexto, podem ser criados novos cardeais.

Andrea Gagliarducci, vaticanista italiano do grupo ACI, diz que durante o dia do consistório, os futuros cardeais se reúnem na basílica de São Pedro, onde professam o Credo, e depois se aproximam do papa um por um, vestidos com roupas vermelhas. Neste momento solene, o papa entrega a cada um o barrete vermelho e o anel cardinalício, símbolos da sua nova dignidade.

Gagliarducci diz: “A cada cardeal será atribuída uma igreja titular. Este é um ato importante, pois os cardeais devem fazer parte da diocese de Roma, cujo bispo e primaz é o papa, mesmo que venham de países diferentes. A partir desse momento, os novos cardeais adquirem a capacidade de participar nos dicastérios da Santa Sé, onde colaboram com o Sucessor de Pedro na administração da Igreja”.

O Código de Direito Canônico, reformado em 1983, estabelece duas formas de consistório: o ordinário e o extraordinário. Um consistório extraordinário é convocado em circunstâncias excepcionais e todos os cardeais são chamados a participar. Por outro lado, um consistório ordinário é celebrado quando o papa exige o conselho dos cardeais sobre um assunto importante, embora não extraordinário, ou para dar solenidade a uma decisão papal, como a aprovação da canonização de santos.

O que é um conclave?

A eleição do sucessor de um papa ocorre num conclave, um processo de votação secreto envolvendo cardeais na Capela Sistina do Vaticano.

As regras que regem os conclaves foram estabelecidas em 1996 na constituição apostólica Universi Dominici gregis de são João Paulo II e foram depois modificadas pelo papa Bento XVI.

Segundo as regras atuais, o conclave não pode começar antes de 15 dias após o papado ficar vacante, seja por morte ou renúncia, para permitir que todos os cardeais eleitores tenham tempo suficiente para chegar a Roma.

Segundo as regras reformadas por Bento XVI em 2007, o conclave deve alcançar uma maioria de dois terços para eleger o próximo bispo de Roma.

Com a Sé Apostólica vacante, quase todas as organizações da Cúria Romana, que são os órgãos administrativos da Igreja, param o seu trabalho, cabendo ao próximo papa reativá-las e nomear ou confirmar as suas autoridades. A Penitenciária Apostólica é uma das poucas que continua funcionando devido ao seu caráter urgente, pois trata de questões relacionadas à absolvição e às indulgências.

Com a criação dos 21 novos cardeais amanhã (30), haverá 242 membros do Colégio Cardinalício, dos quais 137 terão direito a voto no caso de um futuro conclave, enquanto 105 não serão eleitores porque estão acima do limite de idade.