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Notícias do dia 24 Maio

O Papa lança um dramático chamado a unidade dos cristãos a Bulgária

VATICANO, 24 de Maio, 02 (ACI).- Durante o encontro ecumênico realizado com a máxima autoridade ortodoxa búlgara, o Patriarca Maxim, o Papa João Paulo II lançou um dramático chamado à unidade dos cristãos para fortalecer a credibilidade do Evangelho diante do mundo.

O Pontífice celebrou Missa pela manhã da sexta-feira na capela da Nunciatura apostólica e posteriormente trasladou-se ao palácio presidencial, onde realizou uma visita de cortesia ao Presidente da República, Georgi Parvanov.

Dali dirigiu-se à catedral patriarcal de São Alexander Nevski, a igreja ortodoxa maior da península balcânica, construída, inaugurada em 1912 e dedicada a Nevski, príncipe de Novgorod, em honra dos libertadores russos após cinco séculos de domínio otomano.

Ao final da visita à catedral, o Santo Padre foi ao Monumento dos Santos Cirilo e Metódio, onde depositou algumas flores. Do monumento trasladou-se ao palácio patriarcal, onde foi acolhido por Sua Santidade o Patriarca Ortodoxo da Bulgária, Maxim e os quinze membros do Santo Sínodo.

"Venho entre vós com sentimentos de estima pela missão que a Igreja ortodoxa tem realizado na Bulgária e quero dar testemunho do respeito e apreço por seu compromisso em favor deste povo", disse o Papa; ao elogiar a perseverança da igreja ortodoxa búlgara no anúncio do Evangelho durante séculos, por causa das transformações históricas, "complexas e às vezes hostis".

Esperanças de unidade

João Paulo II sublinhou que sua visita, a primeira de um Papa a Bulgária, era um motivo de alegria porque "é sinal de um crescimento progressivo na comunhão eclesial".

O Papa recordou, referindo-se, contudo, "à constatação de que Cristo fundou a Igreja uma e única, porém hoje nos apresentamos ao mundo dividido como se Cristo mesmo estivesse dividido".

O Santo Padre afirmou que essa divisão era um "escândalo" para o mundo e que prejudicava a "pregação do Evangelho".

"Consola-nos, apesar de tudo, um dado -assinalou o Papa- o afastamento de católicos e ortodoxos nunca adormeceu neles o desejo de restabelecer a plena comunhão eclesial". "Hoje podemos dar graças a Deus porque os vínculos existentes entre nós têm se reforçado", disse também.

O Papa citou como exemplo de unidade os santos Cirilo e Metodio, "em cujo testemunho podem inspirar-se os que, em âmbito político, estão comprometidos no processo de unificação européia". "A Europa inteira, Ocidental e Oriental, espera o compromisso comum de católicos e ortodoxos em defesa da paz e da justiça, dos direitos do ser humano e da cultura da vida", agregou.

O Papa oferece uma Igreja em Roma

Ao final do encontro, o Papa João Paulo II anunciou o oferecimento à comunidade ortodoxa búlgara em Roma "com a intenção de alimentar o conhecimento recíproco, a caridade mútua e a colaboração fraterna", o uso litúrgico da igreja dos Santos.

Vicente e Anastácio na famosa "Fontana de Trevi" da capital italiana.

O Papa presenteou, além disso, à igreja ortodoxa búlgara com uma relíquia de São Dásio, soldado de Silistra, martirizado no século IV em Roma e que se conservava até agora na arquidiocese italiana de Ancona-Osimo.

 

O Papa desculpa a Bulgária de qualquer culpa de atentado contra sua vida

VATICANO, 24 de Maio, 02 (ACI).- Uma declaração conjunta do diretor do Departamento da Imprensa da Santa Sé e do chefe da Imprensa do Presidente da República da Bulgária deixou bem claro, na quarta-feira, que o Papa João Paulo II descarta completamente a chamada "pista búlgara", que durante anos girou nos meios de Imprensa como origem do comprô para assassinar ao Pontífice ocorrido pelo turco Mehemet Alí Agca, em 13 de maio de 1991.

A anotação conjunta descreve o encontro entre o presidente da República da Bulgária, Georgi Parvanov e o Papa João Paulo II na qual o primeiro expressou "seu profundo respeito e reconhecimento por sua contribuição e papel ativo no fortalecimento da paz no mundo, na construção de uma sociedade mais justa e promoção de um diálogo e compreensão entre as religiões e os povos".

O presidente Parvanov manifestou, além disso, segundo explica o comunicado, a "estima do povo búlgaro pelo Santo Padre, que exclui a implicação da Bulgária na ordem de lhe assassinar".

Neste ponto, Joaquín Navarro-Valls assinalou que "Gostaria de acrescentar que o Papa disse ao presidente que nunca houvera acreditado na chamada 'pista búlgara' que culpou a um povo a quem admira carinhosamente".

Coincidências importantes

O restante do documento faz um extenso elenco dos numerosos campos dentro da política internacional e dos direitos humanos, nos quais a Santa Sé e a Bulgária coincidem plenamente.

Assim, ambas partes coincidem em:

"Na importância do respeito dos princípios da liberdade de religião e consciência como fundamento dos princípios da democracia".

Condenar "o racismo, a xenofobia e a intolerância étnica", assim como "o terrorismo, o crime organizado, o tráfico ilegal de droga e tráfico de pessoas, a pornografia infantil e a exploração do trabalho infantil".

Expressar sua satisfação pela paz e a estabilidade no sudeste da Europa e em particular nos Balcanes ocidentais".

Proclamar sua "profunda tristeza pela violência no Oriente Médio"; violência que "deve acabar, as negociações entre palestinos e israelenses devem ser retomadas o mais antes possível mediante o esforço conjunto de uns e outros, respaldados pela comunidade internacional para alcançar uma solução plena, justa e duradoura do conflito.

 

A Europa não pode prescindir de raízes cristãs se deseja olhar para o futuro, disse o Papa

VATICANO, 24 de Maio, 02 (ACI).- O Papa João Paulo II concluiu a jornada de sexta-feira com um encontro com a comunidade hebréia da Bulgária e com um discurso dirigido aos homens e mulheres do mundo da cultura na Bulgária; a quem exortou a recuperar e promover as raízes cristãs do país, que compartilha com toda a Europa.

O Pontífice centrou seu discurso nas sentenças dos santos Cirilo e Metódio, cuja festa celebra-se em 24 de maio, feriado na Bulgária por ser ambos considerados como pais da língua e da cultura eslavas.

O Santo Padre pediu aos homens e mulheres da cultura búlgara converter o encontro em "um solene ato comum de veneração e gratidão frente aos santos".

"A obra de Cirilo e Metódio constitui uma contribuição eminente à formação das comuns raízes cristãs da Europa, aquelas raízes que por sua profundidade e vitalidade, configuram-se como um das mais sólidas partes de referência cultural, da qual não pode prescindir de nenhum intento sério em recompor de maneira nova e atual a unidade do Continente", advertiu o Papa.

Fé e cultura

"O critério inspirador da engenhosa obra completada por Cirilo e Metódio foi a fé cristã", adiantou o Papa; e assinalou que "cultura e fé, com efeito, não somente não estão em oposição, como também têm, entre elas, relações similares àquelas que ocorrem entre o fruto e a árvore",

O Santo Padre insistiu em que "a experiência histórica" demonstrou que o anúncio da fé nunca prejudicou, "e sim melhor integrou e exaltou os autênticos valores humanos e culturais da índole dos países evangelizados, e contribuiu para sua abertura recíproca, ajudando-os a superar os antagonismos e a criar um patrimônio comum espiritual e cultural, pressupostos de relações de paz estáveis e construtivas".

Por este motivo, João Paulo II assinalou que quem queira trabalhar pela autêntica unidade européia "não pode prescindir destes dados históricos, que têm sua própria e inexpugnável eloqüência".

Resposta ao cepticismo

Em seu extenso discurso, o Pontífice abordou, logo após, o tema da história atual da Europa que, junto às grandes conquistas, exibe a recordação do "sangue, lágrimas e crueldades mais espantosas"; que gera a tentação "do cepticismo a da indiferença".

"É necessário reagir", concluiu o Pontífice; assinalando que "no preocupante contexto contemporâneo é urgente afirmar que, para reencontrar sua própria identidade profunda, a Europa não pode deixar de retornar as suas raízes cristãs, e em particular à obra de homens tais como Benito (da Núrsia), Cirilo e Metódio".

O Catecismo em Búlgaro

Finalmente, o Pontífice felicitou a iniciativa dos bispos católicos do país que decidiu traduzir o Catecismo da Igreja Católica para o búlgaro. João Paulo II ofereceu as primeiras cópias deste esforço editorial aos presentes, assinalando que o entregava "mesmo àqueles que, entre vós, não sois católicos, porém compartilham conosco o único batismo, com o fim de que possam conhecer de perto o que a Igreja Católica crê e anuncia".

 

O Papa inaugura um monumento ao Beato João XXIII

VATICANO, 24 de Maio, 02 (ACI).- O Papa João Paulo II que se aloja em Sofía com seu séqüito na sede da Nunciatura Apostólica, inaugurará e abençoará um monumento ao Beato João XXIII.

Dom Angelo Giuseppe Roncalli, que mais tarde se converterá em o Papa João XXIII -recentemente beatificado pelo Papa João Paulo II- foi durante uma década, entre 1924 e 1934, o titular da Nunciatura apostólica em Sofía, onde ainda é relembrado com afeto.

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