Nov 21, 2025 / 12:53 pm
Relatórios do Sínodo da Sinodalidade, publicados esta semana, mostram que grupos de especialistas continuam discutindo a participação das mulheres na Igreja, mas não a questão específica de um possível diaconato feminino, que foi transferida para uma comissão recém-revitalizada em 2020.
Os relatórios também mostram que um grupo sobre liturgia, ordenado pelo papa Leão XIV, não está abordando as restrições do papa Francisco à missa tradicional anterior à reforma do Concílio Vaticano II.
Segundo relatório publicado em 17 de novembro, na segunda sessão do Sínodo da Sinodalidade, em outubro do ano passado, o papa Francisco "reativou os trabalhos" de uma comissão papal sobre o diaconato feminino, criada em 2020.
“Todas as contribuições sinodais sobre esse assunto foram encaminhadas à comissão para sua apreciação”, diz um relatório de uma página de um grupo de estudos sobre ministérios da Igreja.
O relatório provisório sobre o progresso do grupo, publicado antes dos relatórios completos, previstos para o fim do ano, foi assinado pelo padre Armando Matteo, secretário da seção doutrinal do Dicastério para a Doutrina da Fé, que supervisiona o painel de especialistas, que tem sido alvo de grande atenção.
Matteo disse à CNA, agência em inglês da EWTN, que o sínodo não está mais analisando a possibilidade de um diaconato feminino e que a questão está nas mãos da comissão de 2020, agora reativada, cujos membros “respondem ao Santo Padre”.
Em abril de 2020, o papa Francisco criou uma comissão teológica de dez pessoas para estudar a questão do diaconato feminino, a segunda comissão que ele formou sobre o tema em seu pontificado.
Um membro original da comissão de 2020, o diácono permanente e professor de seminário James Keating, disse à CNA que "a comissão ainda existe até que o papa Leão XIV determine a dissolução dela".
Um grupo sobre liturgia em perspectiva sinodal, a pedido do papa Leão XIV, apresentou algumas das primeiras questões que pretende abordar, centradas em como tornar a liturgia mais sinodal e a missa "melhor configurada como fonte e ápice da vida missionária sinodal da Igreja".
Outras questões que o grupo pretende estudar são a maior participação de todos os fiéis batizados na liturgia, a formação litúrgica, “o papel das mulheres na história da salvação”, a reinterpretação da pregação litúrgica numa perspectiva sinodal e uma “descentralização saudável da autoridade litúrgica… também com vistas à inculturação dos ritos”.
Os 12 grupos de estudo sinodais, dez dos quais foram formados pelo papa Francisco, foram criados para examinar temas que Francisco retirou da pauta de discussão na segunda sessão do Sínodo da Sinodalidade, feita em outubro do ano passado.
Os comitês, compostos por cardeais, bispos, padres e especialistas leigos de dentro e de fora da Santa Sé, têm até 31 de dezembro para apresentar os resultados finais de seus estudos ao papa Leão XIV.
Os breves relatórios publicados esta semana dão algumas pistas sobre o que esperar de alguns dos relatórios finais no próximo ano, caso sejam divulgados ao público.
Embora não esteja considerando diaconisas, o grupo de estudos sobre ministérios da Igreja está elaborando um relatório sobre “a participação das mulheres na vida e na liderança da Igreja”, com relatos pessoais de mulheres em cargos de liderança na Igreja, perspectivas teológicas sobre os papéis de homens e mulheres e as contribuições do papa Leão XIV e do papa Francisco sobre o tema.
Outro grupo, focado no direito canônico, também está discutindo quais funções as mulheres, e os leigos em geral, podem ter em determinados ofícios da Igreja, como funções litúrgicas e em tribunais eclesiásticos.
Uma atualização de um painel de especialistas em “questões doutrinárias, pastorais e éticas controversas” disse que o documento final vai falar sobre a atual mudança de paradigma na Igreja depois do concílio Vaticano II e a “experiência sinodal emergente”. O documento terá propostas “procedimentais” para a mudança de paradigma, como o modo de conduzir o diálogo no Espírito e como lidar com a “resistência” cognitiva, emocional e cultural a essa mudança.
O documento também abordará a homossexualidade, que o relatório prefere classificar como uma "questão emergente" em vez de controversa.
Outro tema potencialmente delicado que está sendo examinado pelo grupo de estudos sobre práticas ecumênicas é a intercomunhão, também conhecida como hospitalidade eucarística — a ideia de permitir que pessoas de denominações cristãs não-católicas recebam a Sagrada Comunhão. O tema está ligado ao ecumenismo, à relação entre as igrejas cristãs, e é especialmente relevante para casais e famílias com membros de religiões cristãs católicas e não-católicas.
O grupo de estudos sobre ecumenismo disse que seu mandato é "aprofundar a questão da hospitalidade eucarística a partir de perspectivas teológicas, canônicas e pastorais".
O relatório disse que outras “questões relevantes” poderão ser adicionadas depois. O grupo de estudo é supervisionado pelo Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos.
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