5 de dezembro de 2025 Doar
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Conferência Episcopal Alemã se prepara para enfrentar crise financeira

Catedral de Limburg em Hesse, Alemanha | Phantom3Pix via Wikimedia (CC BY-SA 4.0)

A Igreja na Alemanha está enfrentando uma crise financeira em cascata. A queda nas receitas já força as dioceses do país a implementar cortes drásticos de gastos. Uma das dioceses prevê um déficit de cerca de € 100 milhões (cerca de R$ 649,5 milhões) até 2035.

A Igreja na Alemanha é financiada através de impostos cobrados e distribuídos pelo governo federal. Uma porcentagem do que cada alemão paga de imposto de renda é destinada à instituição religiosa a que o pagador de imposto declara pertencer.

A diocese de Limburg, do presidente da Conferência Episcopal Alemã, Georg Bätzing, registrou seu primeiro déficit anual de € 810 mil euros (cerca de R$ 5,2 milhões) no ano passado.

O déficit sinaliza o início do que alguns descrevem como uma inevitável prestação de contas financeira.

A diocese atribui o déficit ao “aumento dos custos com pessoal e pensões, ao declínio contínuo das receitas fiscais da igreja e às consequências financeiras de megatendências sociais, como mudanças demográficas, declínio da filiação à igreja e crescente secularização”.

As pressões financeiras vão além das dioceses individuais, chegando ao nível nacional.

A Associação das Dioceses Alemãs, uma entidade legal da Conferência Episcopal Alemã, anunciou "ambiciosas medidas de austeridade" que exigem cortes de cerca de € 8 milhões (R$ 51,9 milhões) em seu orçamento de € 129 milhões de euros (R$ 837,9 milhões). A assembleia plenária da associação determinou a apresentação de um orçamento equilibrado para o ano fiscal de 2027.

Recentemente, porém, a Igreja alemã estava cheia de dinheiro. A receita de impostos eclesiásticos atingiu o pico de € 6,76 bilhões (cerca de R$ 43,9 bilhões) em 2019, um aumento de cerca de € 100 milhões (cerca de R$ 649,5 milhões) em relação ao ano anterior, apesar do êxodo recorde de 272.771 católicos naquele mesmo ano.

A sorte inesperada refletiu a robusta economia pré-pandemia da Alemanha, que mascarou temporariamente as fraquezas estruturais que agora estão se tornando mais evidentes.

A crise financeira reflete cada vez mais a realidade nos bancos da igreja, ou seja, um declínio acentuado no número de membros e na prática da Igreja alemã.

Pela primeira vez, o número de católicos na Alemanha caiu para menos de 20 milhões, com um total de 19.769.237 registrados no passado — uma queda de cerca de 576 mil em relação ao ano anterior. Os católicos agora representam menos de um quarto (25%) da população alemã, de 83,6 milhões de pessoas.

Ainda mais impressionante é o colapso da prática religiosa ativa. Só 6,6% dos católicos alemães — cerca de 1,3 milhão de pessoas — comparecem regularmente à missa dominical, o que significa que menos de 2% de toda a população alemã participa do culto católico semanal.

A Igreja na Alemanha registrou cerca de 321 mil renúncias formais no ano passado, em comparação com cerca de 6, 6 mil novos membros e readmissões.

O vigário-geral, padre Wolfgang Pax, enfatizou que a abordagem da diocese de Limburg evitaria cortes indiscriminados.

“Nosso objetivo não é cortar com um cortador de grama”, disse Pax. “Queremos alinhar as decisões de política orçamentária com nossa missão eclesiástica e objetivos estratégicos — com uma bússola clara em tempos de tempestade”.

As restrições financeiras surgem num momento em que persistem dúvidas sobre os gastos da Igreja no controverso Caminho Sinodal Alemão, iniciativa plurianual que atraiu críticas e alertas de possível cisma em todo o mundo.

Relatórios levantaram a questão de se os organizadores gastaram cerca de € 5,7 milhões (cerca de R$ 37 milhões) no projeto entre 2019 e 2022, embora autoridades da Igreja tenham se recusado a confirmar tais cálculos.

Os gastos se mostraram particularmente controversos, dado que a Igreja na Alemanha é financiada por pagamentos estatais e por um imposto eclesiástico obrigatório — 8% a 9% do imposto de renda para católicos registrados — tornando-a uma das instituições católicas mais ricas do mundo.

Beate Gilles, secretária-geral da Conferência Episcopal Alemã, reconheceu a gravidade da situação.

“O processo de austeridade, que já está em andamento em paralelo em muitas dioceses, é inevitável”, diz ela. “Haverá cortes drásticos, que são inevitáveis”.

Gilles diz que a Igreja seria forçada a retirar apoio de projetos importantes devido a limitações de recursos.

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