O Vaticano emitiu uma nota de esclarecimento, depois que diversos meios de comunicação informação que o Papa Francisco teria enviado um terço abençoado como presente ao ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Sila, atualmente preso.

Na tarde do dia 11 de junho, a página oficial de Facebook de Lula publicou uma foto de um terço sobre uma folha com a assinatura do Santo Padre. No texto que acompanha a imagem, indica-se que o objeto religioso era um presente do Pontífice para o ex-presidente, condenado a 12 anos de prisão.

Lula recebeu o terço das mãos do argentino Juan Grabois, ex-consultor do Pontifício Conselho Justiça e Paz, o qual foi identificado por alguns como “assessor” do Papa.

Sobre este caso, na terça-feira, 12 de junho, a edição em português do site Vatican News, meio informativo da Santa Sé, publicou uma nota de esclarecimento, indicando que “o advogado argentino Juan Gabrois, fundador do Movimento dos trabalhadores excluídos e consultor do Pontifício Conselho Justiça e Paz, deu uma entrevista em sua tentativa de visitar o ex-presidente Lula na prisão de Curitiba, onde está detido há mais de dois meses”.

“Grabois disse que a visita era pessoal e não em nome do Santo Padre. Ele não teve a permissão para se encontrar com Lula”, acrescenta.

A nota de Vatican News em português assinala ainda que, na entrevista que Grabois concedeu, “ele nunca declarou que foi o Papa a enviar o Terço, mas simplesmente que se tratava de um Terço que tinha sido ‘abençoado’ pelo Papa”.

“Terços como esse são levados, como o Santo Padre deseja, a tantos prisioneiros do mundo sem entrar no mérito de realidades particulares”, conclui a nota.

Atualização 

Após a conta de Facebook de Lula informar sobre a entrega do terço, as contas de Facebook e Twitter de Vatican News em português publicaram esclarecimentos que depois foram eliminadas.

Horas depois, o site de Vatican News divulgou o esclarecimento descrito acima.

Nesta quarta-feira, 13 de junho, às 00h51 (horário de Roma; noite de 12 de junho no horário de Brasília), o Vaticano publicou uma “Precisão sobre o caso Grabois-Lula”, que em seguida intitularam como “Correção sobre o caso Grabois-Lula”, com novos elementos sobre o ocorrido.

Nesta nota, Vatican News em português afirma que “havia imprecisões na tradução e nas transcrições que induziram a alguns erros”. O texto apresenta o link do vídeo de Youtube no qual Juan Grabois aparece falando em espanhol, apresentando-se como “consultor do ex-Conselho Justiça e Paz da Santa Sé e coordenador do encontro mundial dos movimentos sociais em diálogo com o Papa Francisco”.

Grabois declarou à imprensa que foi “impedido de visitar o ex-presidente Lula no Cárcere de Curitiba, onde está detido há mais de dois meses”.

A nota assinala que “Grabois definiu inexplicável a rejeição de não ter podido se encontrar com Lula a quem queria levar um Terço abençoado pelo Papa, as palavras do Santo Padre e as suas reflexões com os movimentos sociais e discutir assuntos espirituais com o ex-chefe de Estado”.

Por fim, a nota de Vatican News indica que o advogado argentino disse estar “muito triste pela proibição de realizar esta visita, mas que o importante é ter conseguido levar a Lula o Terço”.

Após estas modificações por parte de Vatican News em português, a conta de Facebook de Lula publicou um post: “Hoje muitos veículos da imprensa brasileira repercutiram uma nota do Vaticano sobre um terço entregue por um emissário do Papa ao presidente Lula. Acusaram até de fake news. A nota foi apagada do site e das redes sociais do Vaticano, que corrigiu o texto. Esperamos que a imprensa brasileira corrija as matérias erradas que publicaram ou que sites de checagem as classifiquem como ‘fake news’”.

Nota do Editor: Atualização realizada às 13/06/2018 às 16:16h, horário de Brasilia (GMT-3)

Confira também:

Mais em