O arcebispo Carlos Castillo Mattasoglio, de Lima, Peru, contradisse a doutrina católica ao dizer, em uma homilia, que Jesus morreu como "um leigo" e sem oferecer um "sacrifício".

O Catecismo da Igreja Católica diz que Jesus é “o verdadeiro sacerdote”, e que sua morte é “um sacrifício redentor”.

«E Jesus não morre oferecendo o sacrifício de um holocausto, Jesus morre como um leigo assassinado, que decide não responder com vingança e que aceita a cruz para nos dar um sinal de vida», disse o arcebispo durante uma missa na catedral de Lima na semana passada.

«E morre leigo que dá esperança à humanidade, morre como ser humano como todos vocês aqui presentes, nós também, porque não podemos ser padres sem primeiro sermos leigos baptizados», disse o arcebispo.

Castillo comentou que “leigo vem de laos, que significa povo. E Deus queria santificar seu povo, e, se estamos aqui, é para servi-los”.

O arcebispo disse que Deus havia prometido a Israel que de seu povo "sairia um rebento que seria o Salvador". “Os pobres de Israel, aqueles que não contam, levaram isso a sério, enquanto os sacerdotes achavam que deviam cumprir a promessa”, que tinham que assumir o seu papel, mas “não eram eles que iam representar a salvação, mas um leigo, um leigo como os reis que eram leigos da tribo de Judá”, continuou Castillo.

“Digo isso também para os nossos colegas padres aqui presentes. Somos servos do povo de Deus, para que de vocês (o povo) saia alguém que é esperança, assim como Jesus é esperança”, disse Castillo.

A Epístola aos Hebreus explicar ao público judeu a quem a carta é dirigida como Cristo, conhecido por ser um membro da tribo de Judá, e não um descendente de Aarão da tribo de Levi o único sacerdote de acordo com a Lei mosaica, é o grande sumo sacerdote que se ofereceu em sacrifício pelo perdão dos pecados, de uma vez por todas.

O Catecismo da Igreja Católica publicado em 1992 no pontificado do papa são João Paulo II articula o ensinamento da Igreja sobre o sacerdócio de Cristo e Seu sacrifício.

O Catecismo afirma no nº 1.545 que o “sacrifício redentor de Cristo é único, realizado uma vez por todas. E no entanto, é tornado presente no sacrifício eucarístico da Igreja. O mesmo se diga do sacerdócio único de Cristo, que é tornado presente pelo sacerdócio ministerial, sem diminuição da unicidade do sacerdócio de Cristo: «e por isso, só Cristo é verdadeiro sacerdote, sendo os outros seus ministros»”.

O nº 1.545 se apóia no que disse são Tomás de Aquino, Doutor da Igreja, no seu Comentário à Carta aos Hebreus: “E, portanto, só Cristo é o verdadeiro sacerdote, os outros são seus ministros.” Doutor da Igreja é aquele santo que, pela sua erudição e importância, é mestre da fé para os fiéis católicos de todos os tempos.

Também no catecismo, o nº 1.546 afirma que Cristo é "sacerdote, profeta e rei".

 

O nº 1.548 estabelece que “no serviço eclesial do ministro ordenado, é o próprio Cristo que está presente à sua Igreja, como Cabeça do seu corpo, Pastor do seu rebanho, Sumo-Sacerdote do sacrifício redentor, mestre da verdade”.

Em maio de 2014, ao presidir a ordenação de 13 sacerdotes, o papa Francisco disse que eles eram “configurados a Cristo, Sumo e Eterno Sacerdote, ou seja, serão consagrados como verdadeiros sacerdotes do Novo Testamento”.

«E com este título que os une ao seu bispo sacerdotal, serão pregadores do Evangelho, pastores do povo de Deus e presidirão aos atos de culto, especialmente à celebração do sacrifício do Senhor», acrescentou.

Em abril de 2016, ao ordenar 11 padres, o papa disse: "Nosso Sumo Sacerdote, Jesus Cristo, escolheu alguns discípulos que na Igreja desempenhariam, em seu nome, o ofício sacerdotal para o bem dos homens".

«O Senhor Jesus quis escolher alguns em particular entre os seus discípulos, para que, exercendo publicamente na Igreja em seu nome o ofício sacerdotal para todos os homens, continuassem a sua missão pessoal de mestre, sacerdote e pastor», disse Francisco.

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