No domingo, 10 de novembro, foi encerrada em Frascati (Itália) a fase diocesana do processo de beatificação e canonização da Serva de Deus Chiara Lubich, fundadora do Movimento dos Focolares.

A cerimônia foi presidida pelo Bispo de Frascati, Dom Raffaello Martinelli. Entre os presentes estava a atual presidente dos Focolares, a italiana Maria Voce.

Com a conclusão da fase diocesana do processo, que começou em 27 de janeiro de 2015, este passou para a Congregação para as Causas dos Santos, no Vaticano.

O co-presidente dos Focolares, Pe. Jesús Morán, disse a Vaticano News que, com essa nova fase, começa um novo tempo de espera para os Focolares, mas comentou que “não esperamos que Chiara seja proclamada santa, para que o movimento adquira maior prestígio".

"O que realmente nos interessa é que, a luz que recebemos de Chiara adquira uma universalidade maior, no sentido de que essa mesma luz possa ser mais conhecida e possa iluminar muitas outras pessoas", continuou.

“Nós sabemos bem que, com o início da segunda fase, a fase vaticana, começamos a perder Chiara no sentido em que Chiara é reconhecida em sua santidade e não nos pertence mais, mas pertence à Igreja, à humanidade e a Deus”, ressaltou o sacerdote.

No próximo dia 18 de novembro, será realizada uma coletiva de imprensa em Roma para inaugurar o Centenário de Chiara Lubich (1920–2020) e apresentar a exposição “Chiara Lubich cidade mundo”, que será inaugurada em Trento, no dia 7 de dezembro.

Breve biografia de Chiara Lubich

Silvia Lubich nasceu em 22 de janeiro de 1920, em Trento (Itália). Aos 18 anos, recebeu o diploma de professora e teve que trabalhar para pagar pelo ensino superior.

Entre 1939 e 1943, tornou-se terciária franciscana e adotou o nome de Chiara, em homenagem a Santa Clara de Assis. Em 7 de dezembro de 1943, ela se consagrou a Deus e selou esse pacto com três cravos vermelhos. Esse dia é considerado como o nascimento do movimento.

Durante os bombardeios contra sua cidade na Segunda Guerra Mundial, ela e outras jovens se reuniam nos abrigos para ler o Evangelho e meditar a oração de Jesus antes de morrer: “Para que todos sejam um, assim como tu, Pai, estás em mim e eu em ti” (Jo 17,21).

Sua família fugiu da cidade, mas ela decidiu ficar e alugou um apartamento com outras meninas, ao qual chamou de “primeiro focolar". Em 1945, havia 500 membros.

Anos depois, conheceu o jornalista Igino Giordani, considerado um dos co-fundadores do movimento, pioneiro do ecumenismo e, graças a ele, as famílias puderam se unir aos Focolares.

Em 1949, Chiara conheceu Pasquale Foresi, um jovem seminarista que se tornaria o primeiro sacerdote focolariano e que a ajudou em sua obra apostólica.

O movimento dos Focolares, também conhecido como "A Obra de Maria", foi aprovado pela Santa Sé em 1962.

Nos anos seguintes, diferentes ramos foram implementados, como o dos jovens, denominado "Movimento Gen". Nos anos 1990, promoveu-se o diálogo inter-religioso.

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Lubich costumava dizer: “Gostaria que a Obra de Maria, ao final dos tempos, quando, compacta, se prepare para se apresentar diante de Jesus abandonado-ressuscitado, possa repetir-lhe: ‘Esse dia, meu Deus, virei a Ti... com meu sonho mais louco: Levar-te ao mundo entre os braços’. Pai, que todos sejam um!”.

Chiara Lubich morreu em 14 de março de 2008, em Rocca di Papa, cercada por seus amigos. Atualmente, o movimento dos Focolares está em 182 países e tem cerca de dois milhões de adeptos e apoiadores, em sua maioria católicos.

Os Focolares também desenvolvem seu trabalho apostólico com muçulmanos, budistas, hindus, judeus e membros de outras religiões.

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