O arcebispo de Poznan, dom Stanisław Gądecki, presidente da Conferência Episcopal da Polônia, falou com o papa Francisco ontem (28) sobre sua preocupação com o Caminho Sinodal Alemão.

 

Segundo um comunicado publicado ontem, 28 de março, pela Conferência Episcopal da Polônia, após a audiência do papa com dom Gadecki, Francisco se distanciou do controverso processo plurianual que reúne bispos e leigos da Alemanha.

"O Santo Padre também foi informado sobre as dificuldades causadas à Igreja universal pelos problemas levantados, nas palavras do papa, pelo chamado 'caminho sinodal' alemão", disse um comunicado. "Francisco se distancia dessa iniciativa", acrescentou.

A Santa Sé não comentou sobre a conversa e raramente informa sobre os temas das audiências privadas do papa.

Em uma carta datada de 22 de fevereiro, dom Gądecki manifestou publicamente sua “fraterna preocupação” com o rumo do “Caminho Sinodal”. A carta foi dirigida ao presidente da Conferência Episcopal da Alemanha, dom Georg Bätzing. Ele também perguntou se a iniciativa estava enraizada no Evangelho.

O bispo alemão respondeu em 16 de março, dizendo que estava buscando "uma verdadeira troca teológica" sobre os projetos de textos aprovados em uma reunião de fevereiro do Caminho Sinodal.

Nessa reunião, os participantes do Caminho Sinodal votaram a favor de documentos que pedem padres casados ​​na Igreja Latina, a ordenação de sacerdotisas, bênçãos a uniões do mesmo sexo e mudanças no ensino católico sobre a homossexualidade.

Em sua carta ao presidente dos bispos poloneses, dom Bätzing defendeu a iniciativa, dizendo que queria reformar a Igreja na Alemanha após uma devastadora crise de abusos.

Em junho de 2019, o papa Francisco enviou uma carta de 19 páginas aos católicos alemães pedindo que se concentrassem na evangelização diante de uma “crescente erosão e deterioração da fé”.

Os comentários públicos mais recentes do papa sobre o Caminho Sinodal Alemão vieram em setembro de 2021, em entrevista à rádio espanhola COPE.

Perguntado sobre se a iniciativa lhe causou noites mal dormidas, o papa lembrou que escreveu uma longa carta na qual expressou "tudo o que sinto sobre o sínodo alemão".

Respondendo ao comentário do entrevistador de que a Igreja havia enfrentado desafios semelhantes no passado, ele disse: “Sim, mas não tomaria o assunto de forma trágica. Não existe má vontade em muitos dos bispos com os quais conversei”.

“É um desejo pastoral, que por ora não leva em conta algumas coisas. E eu explico isso na carta, que é preciso ter em consideração”.

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