Dom Alexander Sample, arcebispo de Portland, Estados Unidos, elogiou a proposta de um “renascimento eucarístico” feita pelos bispos do país para aprofundar na devoção à Eucaristia, e ressaltou a importância de receber dignamente o sacramento.

“Toda a intenção é promover um verdadeiro renascimento da nossa fé, nosso amor, nossa devoção e nossa vivência do mistério da Eucaristia”, disse o bispo.

A iniciativa dos bispos dos Estados Unidos, que terá início no verão de 2022, busca gerar um “período de três anos de renascimento” em toda a nação, levando o foco no renascimento eucarístico “a qualquer paróquia que deseje”.

“Isso me anima e acho que será algo grandioso para a vida da Igreja”, disse o arcebispo.

Dom Andew Cozzens, bispo auxiliar de Saint Paul-Minneapolis e chefe do comitê de evangelização da Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB), apresentou o plano aos demais bispos em 18 de junho, durante a sua assembleia anual.

Dom Sample ressaltou a importância de receber a Eucaristia de maneira digna, o que constitui um chamado a todos os católicos a uma conversão constante para afastar-se do pecado.

O arcebispo também comentou que alguns católicos na vida pública, ao utilizar seu posto para promover o aborto, estão cooperando formalmente com um mal grave e suscitam o escândalo público quando se aproximam para receber a Comunhão sem antes se arrepender por sua posição.

Também falou sobre a necessidade de que os católicos vivam de acordo com o ensinamento da Igreja para poder receber a Comunhão.

“O ´Amém´ que dizemos antes de receber a Eucaristia é um Amém não só ao fato de que estamos diante do Corpo de Cristo. Também dizemos Amém a tudo o que isso significa”, ressaltou o prelado em referência à resposta dada pelos fiéis imediatamente antes de receber a Comunhão.

“Significa nossa comunhão com a Igreja, nossa comunhão com a fé, nossa crença no que a Igreja crê e professa, e que o vivemos em nossa vida. Não podemos viver uma vida incoerente. Não podemos receber a Eucaristia e depois viver de maneira contrária à fé”.

O programa de renascimento eucarístico proposto pelos bispos será realizado em três níveis: paroquial, diocesano e nacional.

Em julho de 2022, as dioceses em todo o país serão encorajadas a realizar eventos eucarísticos e a fazer da Eucaristia seu principal foco.

Os bispos buscarão oferecer materiais gratuitos de ensinamentos sobre a Eucaristia, desenvolvidos com a ajuda de vários colaboradores catequéticos.

Depois desse período, em julho de 2023, as paróquias serão convidadas a fazer o mesmo, expandindo a adoração eucarística e abraçando suas diversas tradiçõespara ajudar a promover um maior amor à Eucaristia entre seus membros.

As atividades paroquiais podem incluir missas didáticas e grupos pequenos de formação.

O renascimento eucarístico terminará no verão de 2024 com um evento de celebração da Eucaristia em uma cidade importante e que poderia servir como um ponto de peregrinação nacional.

A ideia de um plano de renascimento eucarístico surgiu depois da publicação do estudo do Pew Research Center, em 2019, que revelou que apenas 31% dos católicos nos Estados Unidos acreditam no ensinamento da Igreja sobre a transubstanciação, ou seja, que o pão e o vinho oferecidos na missa se tornam o corpo e o sangue de Cristo.

Mais de dois terços dos entrevistados, 69%, disse acreditar que o pão e o vinho da missa são “símbolos do corpo e do sangue de Jesus Cristo”.

Dom Sample escreveu, em agosto de 2019, que “estes dados devem ser um alerta para todos nós” e pediu mais ênfase no ensinamento da Igreja sobre a Eucaristia nas escolas arquidiocesanas, nos programas paroquiais de educação religiosa e formação de adultos.

“Diante de tais notícias, resignar-nos e seguir sempre com nossas mesmas coisas não é uma opção. Temos que fazer tudo o que for possível para reverter esta tendência”, escreveu o prelado.

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“As pessoas afrouxaram mais facilmente na prática da fé ou deixarão de praticá-la completamente se não entenderem ou não crerem no mistério que celebramos na Santa Eucaristia e como isso conduz tudo o que fazemos no ministério da Igreja”.

O plano de renascimento eucarístico foi lançado depois que os bispos dos Estados Unidos aprovaram, na semana passada, a redação da minuta de um documento sobre a Eucaristia que inclui uma seção sobre a “coerência eucarística” ou a dignidade para receber a Comunhão.

Em um esboço do texto, o comitê de doutrina dos bispos frisou a necessidade de que os funcionários públicos defendam o ensinamento da Igreja na vida pública, mas especificou que não será redigida uma política nacional para negar a Comunhão.

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