“A velhice tem uma beleza única: caminhamos rumo ao Eterno”, disse o papa Francisco hoje (8), na audiência geral na praça de São Pedro, continuando sua catequese sobre a velhice.

Depois de saudar os fiéis ainda do papamóvel, o papa Francisco caminhou até o altar com a ajuda de uma bengala.

Francisco refletiu sobre Nicodemos e destacou que Jesus lhe disse que para “ver o reino de Deus” é preciso “nascer do alto”.

“Não se trata de nascer de novo, de repetir a nossa vinda ao mundo, esperando que uma nova reencarnação reabra a nossa possibilidade de uma vida melhor”, explicou o papa.

Francisco então lamentou que "a nossa época e a nossa cultura, que mostram uma tendência preocupante para considerar o nascimento de um filho como uma simples questão de produção e reprodução biológica do ser humano, cultivam então o mito da juventude eterna como a obsessão - desesperada – de uma carne incorruptível”.

Também questionou por que a velhice é desprezada e disse que isso ocorre porque "traz a prova irrefutável do abandono deste mito, que nos faria regressar ao ventre da mãe, para sermos eternamente jovens no corpo".

Francisco disse que “à espera de derrotar a morte, podemos manter o corpo vivo com medicamentos e cosméticos, que abrandam, escondem, removem a velhice” e antes disso explicou que “é claro que o bem-estar é uma coisa, a alimentação do mito é outra”.

“A vida aqui em baixo é ‘iniciação’, não conclusão: viemos ao mundo assim mesmo, como pessoas reais, como pessoas que progridem na idade, mas são reais para sempre”, disse o papa.

Graças à fé “tornamo-nos verdadeiramente capazes de ver os muitos sinais de aproximação da nossa esperança de cumprimento por aquilo que, na nossa vida, traz a marca do destino para a eternidade de Deus”, disse o papa.

Francisco afirmou que a velhice “não comunica nostalgia do nascimento no tempo, mas amor pelo destino final”.

"Nesta perspectiva, a velhice tem uma beleza única: caminhamos rumo ao Eterno", disse.

“O velho caminha para a frente, o idoso caminha em direção ao destino, rumo ao céu de Deus, o idoso caminha com a sua sabedoria vivida durante a existência. A velhice, por conseguinte, é um tempo especial para dissolver o futuro da ilusão tecnocrática de uma sobrevivência biológica e robótica, mas sobretudo porque se abre à ternura do útero criador e gerador de Deus”, disse Francisco.

O papa destacou também que "os idosos são mensageiros do futuro, os velhinhos são mensageiros da ternura, são mensageiros da sabedoria de uma existência vivida" e disse que as rugas "são um símbolo da experiência, um símbolo da vida, um símbolo da maturidade, um símbolo de ter percorrido um caminho".

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"O que importa é toda a personalidade, o que interessa é o coração, e o coração permanece com aquela juventude do vinho bom, que quanto mais envelhece, melhor é", disse.

“Que o Espírito nos conceda a reabertura desta missão espiritual - e cultural - da velhice, que nos reconcilia com o nascimento do alto”, concluiu o papa.

Pela paz na Europa

Nas saudações aos peregrinos poloneses, o papa Francisco lembrou que hoje é o dia da rainha santa Edwiges, apóstola da Lituânia e fundadora da Universidade Jaguelônica.

“Durante sua canonização, são João Paulo II lembrou que, graças ao seu trabalho, a Polônia se uniu à Lituânia e à Rússia”.

“Confiem em sua intercessão, rezando como ela aos pés da cruz pela paz na Europa”, pediu o papa Francisco.

Solenidade Santíssima Trindade

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“No próximo domingo celebraremos a Solenidade da Santíssima Trindade. Exorto todos a encontrar a consciência da presença da Trindade em nossas vidas, graças ao Batismo, o apoio para fazer a vontade do Senhor em todas as circunstâncias”, concluiu o papa.

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