“2022 foi o ano mais desastroso para a Igreja Católica nicaraguense, que recebeu 140 ataques da ditadura sandinista”, disse a advogada e pesquisadora Martha Patricia Molina Montenegro em texto enviado à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI.

Por ditadura sandinista, Molina se refere o governo de Daniel Ortega, líder da guerrilha esquerdista Exército Sandinista de Libertação Nacional. Ortega chegou ao poder ao derrubar o ditador Anastasio Somoza, em 1979. Depois disso, foi eleito para mandatos não contínuos de presidente da República. Soma 29 anos no poder e está no cargo ininterruptamente desde 2007.

Molina disse que entre os ataques "há processos criminais injustos e que não cumprem o que as leis determinam, confiscos, sequestros, discurso de ódio e impedimento à liberdade de movimento".

Outros ataques foram o fechamento de organizações religiosas sem fins lucrativos e meios de comunicação religiosos.

A advogada disse ainda que o governo fez “deportações, exílios, expulsões, profanações, roubos, assédios, ameaças e proibição de procissões”.

Molina disse que “desde 2018 a Igreja Católica nicaraguense sofre perseguições que ameaçam a liberdade religiosa, contemplada nos instrumentos internacionais de direitos humanos e nas próprias leis internas do país”.

Nos "anos de 2018 e 2019, foram registradas 81 e 76 hostilidades", disse, acrescentando que “o aumento dos ataques se deve ao fato de que a Igreja Católica nicaraguense permanece firme em sua fé e princípios”.

A Igreja na Nicarágua prega “o Evangelho que é em si anúncio e denúncia da arbitrariedade dos poderosos da vez”. “A ditadura tem sido incessante e não dá trégua aos bispos”, disse.

A advogada também lembrou que no final de outubro foi apresentada a segunda parte do relatório Nicarágua: uma Igreja perseguida?, que registra 396 ataques contra a Igreja Católica no país.

Nos últimos meses, o governo nicaraguense aumentou sua perseguição contra a Igreja Católica. Estão presos ou exilados um bispo, vários padres, o núncio apostólico foi expulso, assim como congregações religiosas, e vários meios de comunicação católicos foram fechados.

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