MANÁGUA, 17 de nov de 2022 às 11:59
A Igreja Católica na Nicarágua sofreu quase 400 ataques desde 2018, segundo relatório preparado pela advogada e pesquisadora Martha Patricia Molina.
No documento "Nicarágua: uma igreja perseguida?", de 235 páginas, são relatados 396 ataques contra católicos entre 2018 e 2022. Há um registro detalhado da profanação, sacrilégio, ataques, roubos, ameaças, discurso de ódio e exílio de padres "fruto da perseguição do governo" de Daniel Ortega, ex-guerrilheiro de esquerda que soma 29 anos no poder.
Humberto Belli, escritor e político nicaraguense que foi ministro da Educação no governo de Violeta Chamorro, escreve no prólogo: "estas páginas verdadeiras e tristes não são apenas para serem lidas, mas para comover todos os cristãos e católicos, de dentro e de fora da Nicarágua, para voltar suas mentes em oração”.
Isso para “encontrar as formas mais eficazes de ajudar aqueles que hoje sofrem a mais forte perseguição que a Igreja católica nicaraguense já sofreu”, acrescentou.
Martha Patricia Molina é mestre em Corrupção e Estado de Direito pela Universidade de Salamanca, Espanha, membro do conselho editorial do jornal nicaraguense La Prensa, e também é autora do estudo "38 Mecanismos de tortura, tratamento cruel, desumano e degradante praticados nas prisões nicaraguenses".
A perseguição da ditadura contra a Igreja na Nicarágua
A Igreja Católica na Nicarágua é vítima de crescente perseguição por parte do governo de Daniel Ortega e sua mulher, Rosario Murillo, vice-presidente do país.
Além de ter expulsado o núncio apostólico, dom Waldemar Stanisław Sommertag, em março, o regime mantém em prisão domiciliar o bispo de Matagalpa, dom Rolando Álvarez. Vários padres estão presos na prisão de El Chipote, em Manágua, famosa como centro de tortura dos adversários do regime sandinista no poder na Nicarágua com alguma interrupção desde 1979.
O governo também fechou os meios de comunicação católicos e expulsou do país várias organizações católicas, como as Missionárias da Caridade, fundadas por Madre Teresa de Calcutá.
O relatório em espanhol pode ser baixado AQUI.
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— ACI Digital (@acidigital) August 22, 2022