14 de dez de 2025 às 09:13
O papa Leão XIV expressou hoje (14) sua profunda preocupação com a retomada dos confrontos na parte oriental da República Democrática do Congo, onde a violência aumentou depois dos recentes movimentos do grupo rebelde Movimento 23 de Março (M23).
“Com grande preocupação, acompanho o recomeçar dos confrontos na zona oriental da República Democrática do Congo. Ao manifestar a minha proximidade à população, exorto as partes em conflito a pôr fim a todas as formas de violência e a procurar um diálogo construtivo, respeitando os processos de paz em curso”, disse no final da oração do Ângelus.
O papa se referia à ofensiva do M23, que, com o apoio de Ruanda, ocupou esta semana parte da estratégica cidade de Uvira, no leste congolês e na fronteira com Burundi, informou a EFE.
A zona, rica em minerais, tem sido palco de intensos confrontos nos últimos meses, incluindo a tomada de Goma, capital de Kivu do Norte, e semanas depois de Bukavu, capital de Kivu do Sul, no final de janeiro.
A escalada ocorre depois da assinatura, em 4 de dezembro, em Washington, EUA, de um acordo de paz entre os presidentes congolês, Félix Tshisekedi, e ruandês, Paul Kagame, na presença do presidente americano Donald Trump. Desde então, Kinsala e Kigali têm se acusado mutuamente de violar o acordo.
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Este acordo se soma aos esforços de mediação patrocinados pelo Catar, que em novembro passado facilitaram a assinatura de um acordo entre o governo congolês e o M23 para avançar rumo ao fim do conflito.
Paralelamente, ontem (13), o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, denunciou que as “ações de Ruanda” no leste da RDC constituem “uma clara violação dos Acordos de Washington” e advertiu que os EUA “tomarão medidas” para garantir que as promessas feitas ao presidente Trump sejam cumpridas.
O papa Leão XIV também lembrou as recentes beatificações de mártires na Espanha e na França. Ele fez referência à beatificação em Jaén, ontem, do padre Manuel Izquierdo e de 58 companheiros, bem como do outro presbítero Antonio Montañez Chiquero e de 64 companheiros, todos mortos por ódio à fé durante a perseguição religiosa de 1936-1938.
Leão XIV também mencionou a outra beatificação que ocorreu em Paris, onde foram beatificados Raymond Caillé, sacerdote; Gérard Martin, membro da Ordem dos Frades Menores; Roger Vallier, seminarista; Jean Mestre, leigo; e 46 companheiros, todos mortos por ódio à fé entre 1944 e 1945, durante a ocupação nazista.




