Quando o filho de 19 anos, com síndrome de Down, de Tom Vander Woude caiu num tanque de esgoto tóxico, Tom pulou no tanque com ele, empurrando-o para a superfície mesmo enquanto os vapores tóxicos enchiam seus próprios pulmões.

O pai de sete filhos, que vivia no Estado da Virgínia, EUA, cuja causa de canonização está atualmente sob investigação, receberá postumamente o Prêmio Santa Gianna Molla por Heroísmo Pró-Vida da Caminhada pela Vida, em 24 de janeiro do ano que vem, na Caminhada pela Vida da Costa Oeste, em São Francisco, Califórnia, EUA.

“Quando ouvimos a história de Tom anos atrás, ficamos comovidos com o amor de um pai por seu filho”, disse Dolores Meehan, co-presidente da Caminhada pela Vida da Costa Oeste, à CNA, agência em inglês da EWTN. “O fato de seu filho ter síndrome de Down tornou ainda mais importante divulgar sua história de amor, sacrifício e alegria”.

Nascituros com síndrome de Down frequentemente se tornam vítimas do aborto.

O prêmio, que leva o nome de santa Gianna Beretta Molla — médica italiana que escolheu levar a gravidez a termo depois de um diagnóstico de câncer, mesmo correndo o risco de morrer — homenageia os que demonstram “virtude heroica na defesa dos nascituros e de seus pais, geralmente a ponto de exigir profundo sacrifício”, segundo Meehan.

Chris Vander Woude, que está viajando pelos EUA promovendo a causa de seu pai, disse à CNA que seu pai “era profundamente comprometido em honrar e salvaguardar a santidade da vida humana".

“Ele viveu conforme esses valores até seu último suspiro, quando salvou a vida do meu irmão Joseph”, disse Vander Woude. “Seguindo o exemplo de santa Gianna, papai deu a vida de modo altruísta por amor ao seu filho”.

“Num mundo que muitas vezes desvaloriza pessoas com síndrome de Down, o último ato de amor do meu pai pelo meu irmão serve como um poderoso testemunho da santidade e dignidade de toda vida humana”, disse Vander Woude.

Abertura à vida

“Acho que meu pai nunca perdeu uma Marcha pela Vida”, disse Chris. “Não importava se estava nevando ou fazendo muito frio, meu pai levava o máximo de familiares possível porque entendia a importância de defender os bebês inocentes que ainda não nasceram e seu direito à vida”.

Tom, que trabalhou como agricultor e piloto comercial, dedicava tempo à sua família, à sua fé e às suas convicções pró-vida.

Realizada no fim de janeiro, a Marcha pela Vida é a marcha anual do movimento pró-vida em Washington, D.C., capital dos EUA, para se opor ao aborto e defender a vida humana.

Segundo Vander Woude, Tom e sua mulher também costumavam rezar o rosário em frente a uma clínica de aborto que, desde então, fechou e agora é uma clínica médica que preza pela vida e atende mulheres necessitadas.

Tom e sua esposa também ensinaram a casais jovens o planejamento familiar natural (PFN), método de planejamento familiar baseado na consciência da fertilidade e que valoriza a vida.

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“Ele e a mamãe sempre estiveram abertos à vida em seu casamento”, disse Vander Woude. “Papai acreditava no antigo ditado de que é preciso uma aldeia para criar uma criança, e ele sempre fazia a sua parte para ajudar nessa aldeia”.

“Eles tinham muitos motivos para não terem uma família grande, mas escolheram o caminho corajoso da fé, da esperança e da abertura à vontade de Deus”, disse Chris.

Quando uma mulher monitora seu ciclo menstrual usando um método de planejamento familiar natural (PFN), o PFN trabalha a favor da sua fertilidade, em vez de contra ela. Como os vários métodos de PFN não impedem a concepção como os contraceptivos, a Igreja os aceita como um modo de planejamento familiar aberto à vida.

Bob e Karen Fioramonti ainda se lembram de frequentar as aulas de planejamento familiar natural com os Vander Woude no início dos anos 1990, quando eram um jovem casal.

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“Aprendemos sobre o planejamento familiar natural, mas aprendemos ainda mais sobre o que significa ser um casal fiel e aberto à vida”, disse Karen Fioramonti à CNA.

“Naquela época, nenhum de nós conhecia famílias grandes, e os Vander Woude eram um casal alegre que criava sete filhos e nos incentivava a confiar no plano de Deus para nossa família”, disse Karen Fioramonti. “Eles compartilharam conosco o quanto cada filho é uma bênção e que a missão dos pais é criar santos. Em resumo, eles compartilharam sua fé”.

“Anos depois, criamos nossos sete filhos e duas filhas, e somos muito gratos por aquela mensagem compartilhada há muitos anos”, disse Bob Fioramonti.

Um herói pró-vida

Falando sobre a história do sacrifício de seu pai com paróquias nos EUA, Vander Woude percebeu como a história de seu pai comove pessoas de todas as idades.

"Já vi essa história comover pessoas até as lágrimas e motivá-las a seguir o exemplo de sacrifício do meu pai", disse Vander Woude.

Meehan disse esperar que a história de Tom Vander Woude inspire outros homens a assumir a causa pró-vida.

“Os homens precisam muito de heróis”, disse Meehan. “Nossa esperança é que os homens que ouvirem sua história sejam encorajados, inspirados e motivados a emular não só seu ato final de sacrifício, mas sua vida de sacrifício e a alegria que ele extraiu de seu coração pró-vida”.

“Os homens precisam ouvir que eles também podem ser heróis pró-vida para suas famílias — que precisam se destacar e estar presentes dia a dia”, disse Meehan.