Nos últimos dois anos — enquanto a guerra na Faixa de Gaza acontecia — todas as celebrações de Natal foram canceladas em Belém, a cidade onde Jesus nasceu. Mas, depois do recente cessar-fogo entre o grupo terrorista islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza, e as Forças de Defesa de Israel, a cidade decidiu retomar as festividades natalinas, começando com a iluminação da gigantesca árvore de Natal em frente à basílica da Natividade, no sábado (6).

“Foram dois anos terríveis de silêncio; sem Natal, sem empregos, sem trabalho”, disse o prefeito de Belém, Maher Canawati, à rede de comunicação britânica BBC. “Todos nós vivemos aqui do turismo, e o turismo caiu a zero”.

“Alguns podem dizer que não é apropriado e outros que é, mas no fundo do meu coração, senti que era a coisa certa a fazer, porque o Natal nunca deveria ser interrompido ou cancelado”, disse Canawati. “Essa é a luz da esperança para nós".

Beit Jala e Beit Sahour, duas cidades vizinhas, também terão a iluminação de suas árvores de Natal nos próximos dias. Hotéis estão recebendo mais reservas de turistas, assim como de cidadãos palestinos de Israel.

Apesar do cessar-fogo, ações de guerra continuam na região. O padre Gabriel Romanelli, da igreja da Sagrada Família em Gaza, a única igreja católica na região, disse na rede social X que, no mesmo dia da iluminação da árvore de Natal de Belém, uma bomba explodiu a cerca de 200 metros de sua paróquia. Ninguém ficou ferido.

Em 17 de julho, Romanelli sofreu uma lesão na perna em um bombardeio em sua paróquia, que matou três pessoas e feriu outras 15, inclusive ele próprio.

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“Graças a Deus, mais pessoas não foram feridas”, disse Romanelli à EWTN em 24 de julho.

Ele descreveu a experiência como "chocante".

“Aquela cruz icônica que vocês viram — ela tem cerca de dois metros de altura — foi muito danificada”, disse o padre sobre o crucifixo fixado no topo da estrutura da igreja.

“Estilhaços voaram em todas as direções”, disse.

“A área é bastante pequena e, embora ouçamos bombardeios diariamente e fragmentos de metal caiam com frequência, não havia ocorrido um incidente tão grave desde o início da guerra”, disse Romanelli. “O ataque recente deixou uma marca profunda”.