A celebração da missa tradicional em latim, conhecida como missa tridentina, foi declarada Patrimônio Cultural e Imaterial de Niterói (RJ) pelo prefeito Rodrigo Neves (PDT-RJ), na sexta-feira (5). Com essa lei, “o Poder Executivo, por meio dos órgãos competentes” pode “adotar as medidas necessárias à preservação, à valorização e ao incentivo à celebração da missa tridentina”.

“Reconhecer a Missa Tridentina como patrimônio imaterial de Niterói é valorizar uma expressão viva da fé católica que moldou a espiritualidade, a arte sacra e a música litúrgica ao longo dos séculos”, disse o vereador Allan Lyra (PL-RJ), autor da lei. “Mais do que memória, trata-se de uma projeção cultural e religiosa, pois essa forma tradicional de celebração continua a inspirar jovens e famílias na busca de uma vivência mais profunda do mistério cristão”.

Lyra destacou em suas redes sociais que “este reconhecimento não interfere em decisões internas da Igreja, mas destaca a importância histórica e cultural dessa celebração para Niterói”.

A missa tridentina em Niterói é celebrada todos os domingos às 17h, na capela são Lucas, no bairro Icaraí e “sua preservação não é apenas um ato de liberdade religiosa, mas um reconhecimento de tradição litúrgica legítima através dos séculos na Igreja”, disse o vereador ressaltando que essa celebração é “cultivada por fiéis que, com devoção e zelo, mantêm viva uma herança litúrgica multissecular, aprovada e valorizada por diversos papas ao longo da história da Igreja”.

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A missa tridentina ou missa no rito romano antigo foi promulgada em 1570, pelo papa são Pio V e reformada em 1962 por são João XXIII. A língua usada nessa celebração é o latim, a língua oficial da Igreja.

Depois do Concílio Vaticano II, em 1970, o papa são Paulo VI promulgou um novo missal romano, que é usado atualmente nas Igrejas que não seguem o rito tradicional. O idioma deste missal é o de cada nação.

Em 1962, o papa são João Paulo II autorizou o uso do missal no rito romano antigo desde que o bispo local concordasse. Em 2007, o papa Bento XVI publicou o motu proprio Summorum pontificum, que autorizava todo sacerdote a celebrar a missa no rito antigo. Em 2021, o papa Francisco, restringiu a missa tradicional por meio do motu proprio Traditionis custodes. Segundo Traditionis custodes, a missa tradicional só pode ocorrer na diocese caso o bispo local autorize, desde que a igreja onde houver essa celebração não seja paroquial e esteja a cargo de padres nomeados pelo bispo. Além disso, essas celebrações devem atender grupos de fiéis ligados à missa tradicional e não podem ser criados novos grupos.