5 de dez de 2025 às 15:48
A missão Duas Vidas celebrou o batismo de quatro mães que desistiram de abortar os seus filhos e de 26 crianças salvas do aborto no sábado (29), na Igreja Nossa Senhora das Graças, em Ambaí, Nova Iguaçu (RJ). “O batismo é um segundo nascimento, nos liberta do pecado e nos torna filhos de Deus”, disse Maria das Dores Hipólito Pires, conhecida como Dóris, fundadora da missão, à ACI Digital.
Fundada em 1991, a Missão Duas Vidas já salvou mais de 3,7 mil bebês do aborto.
“Nossa missão é oferecer apoio espiritual, emocional e material para mulheres e famílias em situação de vulnerabilidade, especialmente aquelas que estão enfrentando a possibilidade do aborto”, explicou Dóris.
Além do apoio material, a missão oferece acompanhamento espiritual e emocional. “Entendemos que o encontro com Deus é o momento mais importante na vida de uma gestante”, disse ela. “É quando ela encontra a esperança, o amor e a força para superar os desafios e dar sentido à sua vida”.
“Quando uma mulher chega até nós, muitas vezes no fundo do poço, nosso objetivo é ajudá-la a se reerguer e a encontrar o amor e a alegria de ser mãe. E é aí que o poder de Deus se manifesta”, disse.
Evelyn, 19 anos, foi uma dessas mulheres que chegou à missão desesperada. Recebeu ajuda, desistiu do aborto e agora celebrou o batismo de sua filha. Autista, ela chegou à missão grávida e com dificuldade de comunicação. Enfrentou as dores do parto sem dizer o que sentia e acabou dando à luz na rua. Mesmo tendo passado por esse trauma, Dóris conta que ela “progrediu mil porcento” e que hoje sorri, se comunica e testemunha a sua fé.
Bruna, de 34 anos, faz parte da missão Duas Vidas há oito anos e atualmente é voluntária na missão. Ela conta que não era católica e pouco sabia sobre a fé. Foi na missão que aprendeu sobre o batismo e a importância da oração. “Aqui temos tempo para conversar com Deus, para a oração, para rezar o terço. Batizar meu filho é saber que a partir do batismo ele se torna filho de Deus, assim como eu também me tornei”, disse.
“Deus tinha um propósito na minha vida desde o momento da minha concepção”, disse Bruna, acrescentando que “aos 25 anos descobri que minha mãe tinha me jogado no lixo e uma vizinha dela tinha pegado para cuidar de mim”.
Mais tarde, já adulta, enfrentou a gravidez indesejada de seu quarto filho, chegou a pensar em abortar. “Se minha mãe fez isso comigo de me jogar na lata de lixo, eu também tenho o direito de fazer isso com meu filho. Então vou tirar”, pensava ela no momento do desespero.
Bruna chegou a tomar remédios para abortar, que não funcionaram. No quarto mês, sofreu descolamento de placenta e, reconhecendo o erro, pediu perdão a Deus. Foi então que conheceu a missão.
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“Cheguei com o coração ferido, mas fui muito bem acolhida. Tinha meninas com problemas muito maiores que o meu. Ali, além desse acolhimento de amor e carinho, tive o bem material que eu precisava.”
Dois anos depois, voltou grávida novamente, mas já com outra disposição.
“Recebi tudo que precisava: abraço, oração, carinho. Voltei com outro intuito, de querer ajudar também, do mesmo jeito que fui ajudada”, disse.
Hoje, Bruna é coordenadora voluntária da casa e testemunha que sua vida mudou. “A partir do meu batizado aprendi a ter uma vida em Cristo, ler a Bíblia, fazer a oração do terço todos os dias, ir à missa, conhecer mais da Palavra. O pouco que sei hoje já me faz muito feliz”.
Para Dóris, o batismo é central na missão “é o início da jornada espiritual da pessoa. É o momento em que a pessoa está abandonando a vida de pecado e renascendo como um novo ser em Cristo. Além disso, o batizado nos une à Igreja e nos dá a oportunidade de receber a graça de Deus”.

Rosimar, 40 anos, conta que o batismo foi “maravilhoso na minha vida” e que a graça de Deus está lhe dando forças para enfrentar o vício em álcool, assim como Kethelyn, 23 anos, que contou que sente que “o batismo mudou a minha vida e que sou uma pessoa totalmente renovada”. Ao sentir a água na cabeça, “senti que tinha um negócio dentro de mim que tinha mudado”, disse.
“Fazemos o que nos compete e deixamos o impossível para Deus. Sabemos que Ele é o Autor da vida e que pode fazer o que é humanamente impossível. Nossa missão é apenas ser instrumentos de Seu amor e misericórdia”, conclui Dóris.
A Missão Duas Vidas também atua em Nilópolis (RJ), com casa de acolhimento, assistência médica, apoio psicológico, capacitação profissional, cuidado com o bebê e acompanhamento social. Ao todo, conta com oito voluntárias, oferecendo um suporte 24 horas por dia, sete dias por semana.




