5 de dez de 2025 às 12:44
Qualquer mudança na política relativa às restrições à missa tradicional é relevante para toda a Igreja universal, não apenas para a Inglaterra e o País de Gales, disse o presidente da Latin Mass Society (Sociedade da Missa em Latim) da Inglaterra.
A Conferência Episcopal Católica da Inglaterra e do País de Gales se reuniu para sua assembleia anual de outono, de 10 a 13 de novembro. Segundo várias publicações, os bispos foram informados pelo arcebispo Miguel Maury Buendía, núncio apostólico na Grã-Bretanha, que lhes seria concedida uma isenção renovável de dois anos para celebrar a missa em latim em suas dioceses.
A CNA entrou em contato com a conferência para esclarecer se as informações eram precisas. Em um e-mail, Stephanie MacGillivray, assessora de imprensa sênior da conferência, disse: “Não podemos comentar mais nada neste momento, exceto dizer que seguimos as orientações do dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos”.
Um comunicado da conferência episcopal de 14 de novembro expressou pesar pelo vazamento da declaração de Maury Buendía, o que causou “confusão entre os fiéis”. CNA entrou em contato com o escritório de Maury Buendía para obter mais esclarecimentos e foi remetida ao mesmo comunicado.
Para Joseph Shaw, um relatório vazado afirmando que o núncio apostólico na Grã-Bretanha tinha dito aos bispos ingleses e galeses que eles podem solicitar isenções de dois anos para autorizar a celebração da missa tradicional em suas dioceses, é uma mudança “universal” na política.
“Os comentários atribuídos do núncio são muito positivos, e espero que sejam verdadeiros”, disse Shaw por telefone à CNA, agência em inglês da EWTN . “Isso indica a confiança que o dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos tem que a Conferência Episcopal Católica da Inglaterra e do País de Gales é para ser pastoral e sensível”.
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“Este desenvolvimento é específico para Inglaterra e País de Gales?”, pergunta Shaw. “A resposta do núncio e do dicastério sugere que esta é agora uma política universal, o que é muito significativo porque elimina o elemento com mais consequências da Traditionis custodes, nomeadamente a exigência de que todas as missas numa igreja paroquial tenham uma autorização especial do dicastério. Este é um passo significativo que fará uma enorme diferença, e espero que o papa Leão continue a desenvolver esta linha ao longo do tempo”.
O motu proprio Traditionis custodes foi publicado pelo papa Francisco em 2021 para restringir drasticamente o uso da liturgia anterior à reforma do Concílio Vaticano II.
Os católicos que frequentam a missa tradicional em latim na Inglaterra e no País de Gales passaram por um período tumultuado desde que o novo Missal Romano foi introduzido em 1970, substituindo o missal de 1962.
Devido à insatisfação entre os católicos tradicionais depois da mudança, o papa Paulo VI permitiu o uso do missal de 1962 na Inglaterra e no País de Gales, e essa permissão foi estendida a toda a Igreja em 1984, durante o pontificado de são João Paulo II.
As esperanças dos católicos tradicionais aumentaram quando o papa Bento XVI publicou Summorum pontificum em 2007, estendendo a qualquer padre, sem necessidade de autorização do bispo, o direito de celebrar a missa antiga. No entanto, em 2021, o papa Francisco introduziu novas restrições à celebração da missa tradicional em latim por meio de seu motu proprio Traditionis custodes, dizendo que as concessões anteriores relativas ao rito antigo estavam expondo a Igreja ao “perigo de divisão”.




