“Acredito que a contribuição fundamental da Santa Sé e das Igrejas locais seja elevar o nível de conscientização e dar uma resposta que seja uma resposta ética ao problema das mudanças” climáticas, disse o secretário de Estado da Santa Sé, cardeal Pietro Parolin, ao Vatican News, site de notícias da Santa Sé.

O cardeal Pietro Parolin está em Belém (PA) chefiando a delegação oficial da Santa Sé na Cúpula do Clima, evento preparatório para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que acontecerá de 10 a 21 de novembro na capital paraense. Parolin, que representa o papa Leão XIV como autoridade máxima da Igreja, chefia um grupo de dez membros da Santa Sé. Outras 110 pessoas vinculadas a delegações e instituições eclesiásticas também participam da conferência.

Na entrevista ao jornalista Silvonei José Protz, do Vatican News, o cardeal disse que, em encontros recentes com autoridades das ilhas do Pacífico, “nos confrontaram com a trágica realidade de um desaparecimento iminente”.

“E, pelo que li, hoje o número de deslocados é maior devido às mudanças climáticas do que aos conflitos que estão ocorrendo no mundo”, disse Parolin. “É realmente uma situação de emergência”.

Para ele, a prioridade da Igreja é “enfatizar sobretudo as dimensões éticas desse fenômeno”.

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“Não podemos, não temos os meios, as competências, para dar respostas que sejam respostas técnicas, mesmo que nossos especialistas no Secretariado de Estado e nos outros Dicastérios acompanhem esses aspectos e essas dimensões”, disse o cardeal .

“Alguém me impressionou esta manhã, dizendo que também da COP30 não se deve esperar ou não se deve esperar grandes proclamações, mas sim o compromisso e a determinação por parte dos líderes mundiais presentes ou representados hoje na inauguração para cumprir os compromissos já assumidos”, disse Parolin.

Segundo ele, os compromissos são: “redução das emissões de carbono”, “ajuda aos países mais vulneráveis”, “resiliência”. “Portanto, há muitas áreas, e acredito que devemos concretizar esses compromissos”, disse.

“Esta questão das alterações climáticas torna-se realmente uma oportunidade para relançar o multilateralismo, que tem vivido uma crise muito grave nestes últimos anos”, concluiu.