O nome de dom Hélder Câmara (1909-1999), arcebispo de Olinda e Recife entre 1964 e 1985 e um dos fundadores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), será inserido no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. A inclusão foi determinada pela Lei 15.242, sancionada pelo presidente em exercício Geraldo Alckmin (PSB) e publicada ontem (29) no Diário Oficial da União.

Criado em 1992, o Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria é feito com páginas de aço. “Na obra são registrados os nomes de personalidades históricas que tiveram atuação destacada na defesa e na construção do país”, diz a Agência Senado. Este livro fica guardado no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, na Praça dos Três Poderes, em Brasília (DF).

O autor da proposta é o senador Fernando Dueire (MDB-PE)."Dom Helder é uma das figuras mais inspiradoras da nossa história”, disse o senador, segundo a Folha de Pernambuco. “Sua voz em defesa dos mais pobres, dos direitos humanos e da paz ultrapassou fronteiras. É uma alegria e uma honra ver o Brasil inscrever seu nome entre os heróis e heroínas da pátria. Pernambuco se orgulha profundamente desse gesto de justiça e memória”.

Dom Hélder Câmara nasceu em 7 de fevereiro de 1909, em Fortaleza (CE). Em 1923, entrou para o seminário de Fortaleza, aos 14 anos. Foi ordenado sacerdote em 15 de agosto de 1931.

Em 3 de março de 1952, foi nomeado bispo-auxiliar do Rio de Janeiro (RJ). Naquele mesmo ano, Hélder Câmara foi um dos fundadores da CNBB. Ocupou o cargo de secretário-geral dessa conferência até 1964.

Em 12 de março de 1964, foi nomeado arcebispo de Olinda e Recife (PE), função que ocupou até 1985, quando teve seu pedido de renúncia por idade aceito. Segundo o site da arquidiocese pernambucana, dom Helder “organizou mais de quinhentas comunidades eclesiais de base (CEBs), fortalecendo a atuação social da Igreja junto aos mais pobres”.

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As CEBs surgiram por volta do final da década de 1960, promovendo a opção preferencial pelos pobres, e foi promovida por intelectuais ligados à Teologia da Libertação.

Ele teve quatro indicações ao Prêmio Nobel da Paz e mais de 20 livros publicados.

Dom Hélder Câmara morreu em 27 de agosto de 1999, em Recife, de insuficiência respiratória decorrente de uma pneumonia. Seus restos mortais estão sepultados na Igreja Catedral Santíssimo Salvador do Mundo, em Olinda.

O processo de beatificação de dom Hélder Câmara foi aberto em 2015, depois de parecer favorável da Santa Sé, conferindo ao arcebispo o título de servo de Deus. Teve início, então, a fase diocesana, concluída em 2018, com a elaboração de material de milhares de páginas com documentos comprobatórios, laudos, pareceres e testemunhos coletados, que foram encaminhados à Santa Sé.

Agora, está em andamento a fase romana do processo