4 de out de 2025 às 16:09
A tradicional cerimônia de juramento dos novos guardas suíços pontifícios foi celebrada hoje (4), no Vaticano, com a presença do papa Leão XIV, o primeiro papa a participar do evento em 57 anos, desde que o papa São Paulo VI o fez pela última vez em 1968.
Normalmente, a cerimônia é celebrada todo dia 6 de maio, comemorando o sacrifício heroico de 147 guardas suíços que deram suas vidas durante o saque de Roma, em 6 de maio de 1527, para proteger o Papa Clemente VII. Em 2025, o evento foi adiado excepcionalmente devido ao falecimento do Papa Francisco, em 21 de abril.
O juramento foi realizado no Pátio São Dâmaso do Palácio Apostólico — que raramente é acessível ao público —, diante da bandeira da Guarda Suíça, prometendo os novos recrutas proteger o papa reinante e seus legítimos sucessores, mesmo que isso custasse suas próprias vidas.
Os guardas usaram seu icônico uniforme de “grande gala” nas cores vermelho, laranja e azul. Há poucos dias, foi apresentado um novo uniforme de gala que será usado em festas e outros jantares importantes, especialmente fora da Cidade do Vaticano.
Ontem (3), o papa Leão XIV recebeu os 27 novos guardas suíços que prestaram juramento e agradeceu-lhes pela dedicação e compromisso com o serviço. “Cada um de vocês pode ser um modelo para o outro com suas palavras e sua conduta, com sua caridade e sua fé. Vocês podem ser uma mensagem de unidade para toda a Cúria Romana”, disse Leão XIV.
O papa acrescentou que, com o juramento de hoje, os jovens recrutas passam para uma nova etapa de sua existência e os incentivou a viver essa missão com convicção, entrando na escola de um Cristo humilde e obediente.
Nenhum deles “busca o martírio”, mas todos estão preparados
“Santo Padre, é para nós uma grande honra e uma imensa alegria recebê-lo na cerimônia de juramento dos novos guardas suíços”, disse o comandante da guarda, Cristoph Graff.
Graff agradeceu a Leão XIV “por sua confiança e sua presença tão valiosa e apreciada nesta ocasião memorável”. Ele também deu as boas-vindas à multidão, entre os quais se encontravam familiares e amigos dos recrutas, membros ativos e antigos da Guarda Suíça, além de representantes da política, da religião e do âmbito militar da sociedade.
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Dirigindo-se aos recrutas, o comandante expressou, em nome de todos os presentes, seu “maior respeito” e reconhecimento pelo esforço e preparação deles para este momento transcendental em suas vidas.
“Santo Padre, com este juramento, cada guarda se compromete a servi-lo com todas as suas forças e, se as circunstâncias assim o exigirem, até mesmo a sacrificar sua própria vida”, acrescentou o comandante Graff.
"Embora hoje os guardas não sejam chamados ao martírio, mascada um deles promete estar sempre pronto a dar o melhor de si com seriedade e dedicação. Eles fazem isso com plena reflexão, com seriedade e nunca com leviandade”, disse ele.
Para cumprir sua missão, continuou Graff, cada membro da guarda deve seguir o exemplo e a intercessão dos três padroeiros da Guarda Suíça Pontifícia: são Martinho de Tours, são Sebastião e são Nicolau de Flüe.
O capelão da Guarda Suíça, padre Kolumban Reichlin, expressou seu orgulho e gratidão a cada um dos recrutas por terem respondido ao chamado para “este serviço honroso”.
Em seguida, os novos guardas suíços passaram à frente e prestaram juramento perante o papa e a bandeira da guarda. Ao final, a banda musical da guarda interpretou algumas peças musicais.
Uma palavra de gratidão do papa
Antes de concluir a cerimônia, o papa Leão XIV falou espontaneamente e afirmou que o juramento dos novos guardas “é um testemunho muito importante no mundo de hoje”, pois "faz compreender a importância da disciplina, do sacrifício, de viver a fé de uma maneira que realmente fala a todos os jovens sobre o valor de dar a vida, de servir e de pensar nos outros”.
“Agradeço a vocês em meu nome e em nome de toda a Santa Sé pelo seu serviço. Que Deus os abençoe, abençoe suas famílias e os acompanhe sempre. Obrigado”, disse Leão XIV.



