“Celebrar a semana da vida é dizer: a vida é sempre um bem! Mesmo em circunstâncias tão adversas, situações difíceis de compreender” e também “onde percebamos que a vida está em ameaça”, disse o bispo auxiliar de Curitiba, dom Reginei Modolo, membro da Comissão Episcopal para a Vida e a Família e bispo referencial da Comissão de Bioética da Conferência Nacional dos Bispos do brasil (CNBB) durante a missa de abertura da Semana Nacional da Vida na quarta-feira, 1º de outubro.

“O papa Leão dizia: Alguns são contrários ao aborto, no entanto, defendem pena de morte, defendem tantas outras situações que ameaçam a vida. Isso sim é contraditório”, disse o bispo.

Dom Zico citava a fala do papa Leão XIV sobre o prêmio que o cardeal Blase Cupich pretendia dar ao senador democrata católico e pró-aborto Richard Durbin por sua política a favor de imigrantes. O papa disse que era preciso considerar diferentes aspectos da doutrina moral da Igreja para decidir se alguém é pró-vida.

A Semana Nacional da Vida 2025 tem como tema: “Cuidar de si, do próximo e da casa comum” e o lema “Lançai sobre ele toda a vossa preocupação, pois ele cuida de vós (1Pd 5,7)”. Ela foi instituída pela CNBB na 43ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil em 2005 e acontece anualmente de 1º a 7 de outubro, sendo estendida até a celebração do Dia do Nascituro, em 8 de outubro.

“Alguns poderiam pensar: ‘Mas a Semana da Vida, o tema cuidado de si, não seria um contrassenso, não seria uma motivação para o egoísmo? Só se compreendermos errado, só se formos errôneos na nossa interpretação”, disse dom Reginei Modolo explicando que “a primeira coisa que nós somos chamados, a primeira realidade é cuidar de nós mesmos”, mas “não podemos, todavia, pensar que o cuidado de si seja isolado do cuidado do outro”, visto que “é impossível que estejamos felizes e realizados quando” nossos irmãos sofrem e destacou: “Por isso, nosso olhar hoje pela Semana Nacional da Vida é olhar toda esta realidade onde a vida é ameaçada”.

Cuidado com os nossos idosos

Dom Reginei também falou que o Brasil está “na direção” de ser “um país com a maioria, adentrando a idade avançada” e ressaltou a importância “do cuidado com os nossos idosos”.

“Visitar os avós, visitar aqueles que alcançaram a idade avançada, pensar todo o ambiente de tal forma que eles sejam acolhidos”, disse.

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Nascituro

“Sabemos que temos um desafio enorme quando falamos da vida nascente, quando falamos do nascituro. Sabemos que há vida ali”, disse o bispo. “Nos posicionamos como Igreja, por exemplo: contra a assistolia fetal que leva à morte dos pequeninos que poderiam ser conduzidos ao parto e destinados à adoção, por meio da entrega legal”.

Ele ainda enfatizou que “três crianças todos os dias estão sendo mortas” por meio da assistolia fetal, um procedimento no qual o médico aplica uma injeção de cloreto de potássio no coração do bebê dentro do ventre materno, causando a morte por parada cardíaca. Esse método é recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para abortos de bebês com mais de 20 semanas de gestação.

“Como podemos pensar em uma sociedade feliz, realizada, uma sociedade de paz, onde se mata os mais pequeninos indefesos? Onde o direito de nascer é retirado? Os dramas, devemos tê-los sempre diante de nossos olhos”, disse Modolo.

Segundo dom Reginei, “celebrar a semana da vida é alargar a concretização do Evangelho nas diferentes situações onde a vida é desprezada, onde a vida é desdenhada, onde a vida encontra dificuldades para florescer” e assim, dar “o testemunho cristão”.

“E o Evangelho nos diz que não é fácil ser cristão”, disse o bispo destacando que no seguimento a Jesus “algumas exigências são postas, porém, é Ele quem preenche a nossa vida de sentido”: “Quem seguiu e segue a Nosso Senhor Jesus Cristo, tem Nele a resposta que o se coração tanto busca e tem Nele a vida, a vida plena. É o próprio Senhor quem disse: ‘Eu vim para que todos tenham vida e vida plena’”.

E ressaltou: “O cristão junto com o Cristo é comprometido para que a vida seja plena em todas as realidades desde o ventre, desde a concepção até o desfecho natural” e “que essa vida seja vivida de modo digno, de modo belo. Sejamos nós, portadores da alegria do Evangelho, do Evangelho da Vida”.