Um total de 192 bispos de cinco continentes, nomeados ao longo do ano passado, foram recebidos pelo papa Leão XIV hoje (11) no Vaticano.

Depois de participarem do curso de formação de uma semana organizado pela Santa Sé, os novos bispos ouviram atentamente as palavras do papa e, posteriormente, tiveram a oportunidade de conversar com ele.

"O dom que recebestes não é para vós mesmos, mas para servir à causa do Evangelho”, enfatizou o papa no início de seu discurso. “Fostes escolhidos e chamados para ser enviados, como apóstolos do Senhor e como servos da fé".

O papa Leão XIV também enfatizou que “o bispo é um servo” e que “ele é chamado a servir a fé do povo”.

Serviço com liberdade interior

Segundo o papa, esse serviço não é uma característica externa ou uma "maneira de cumprir o próprio papel", mas sim que Deus "pede de vocês liberdade interior, pobreza de espírito e uma disposição de servir que nasce do amor, para encarnar a mesma escolha de Jesus, que se fez pobre para nos enriquecer".

Dizendo que Jesus teve que "intervir como um médico" para curar os apóstolos de seu desejo de grandeza, o papa pediu aos novos bispos "que estejam sempre vigilantes e caminhem em humildade e oração, para se tornarem servos do povo ao qual o Senhor os envia".

"Não basta simplesmente estarmos cientes de que nosso ministério está enraizado no espírito de serviço, à imagem de Cristo", disse Leão XIV. “Isso também deve se refletir no estilo do apostolado, nas diversas formas de cuidado pastoral e de governança, no desejo de anunciar, de maneiras tão diversas e criativas, conforme as situações específicas que enfrentamos”.

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Paixão e coragem do anúncio diante da crise da fé

Leão XIV pediu aos novos bispos que redescubram " a paixão e a coragem por uma nova proclamação do Evangelho", especialmente diante da crise da fé e de sua transmissão, assim como das dificuldades que cercam a filiação e a prática eclesiais.

O papa listou outros desafios, como as pessoas que estão longe da fé e estão abertas a uma nova busca de espiritualidade, "que às vezes não encontra linguagem nem formas adequadas nas propostas pastorais habituais".

Ele também citou o drama da guerra e da violência, "o sofrimento dos pobres, a aspiração de muitos por um mundo mais fraterno e solidário, os desafios éticos que nos desafiam sobre o valor da vida e da liberdade".

Nesse contexto, Leão XIV reafirmou que a Igreja envia bispos "como pastores cuidadosos e atentos, que sabem compartilhar o caminho, as perguntas, as angústias e as esperanças do povo; pastores que desejam ser guias, pais e irmãos dos sacerdotes e de seus irmãos e irmãs na fé".

Por fim, o papa Leão XIV disse a eles que reza “para que nunca lhes falte o sopro do Espírito e que a alegria da sua ordenação, como um suave perfume, se espalhe também sobre aqueles a quem devem servir”.

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