1 de set de 2025 às 15:05
O papa Leão XIV pediu hoje (1) às sociedades que acolham os pobres, ao mesmo tempo em que denunciou o isolamento "dramático" que eles frequentemente sofrem.
Numa audiência com membros da Obra São Francisco para os Pobres, associação católica fundada em 1959 por frades capuchinhos, ele defendeu a atitude de "olhar nos olhos, de apertar a mão, de se inclinar" para as pessoas necessitadas, que o papa Francisco promoveu em seu pontificado.
Por isso, Leão XIV exortou os fiéis “a cultivar, nos nossos ambientes, um clima de família, e que nos ajuda a superar a solidão do eu através da comunhão luminosa do nós”.
"Quanto é necessário difundir essa sensibilidade na nossa sociedade, onde, às vezes, o isolamento é dramático", disse o papa.
Organização que nasceu de um humilde frade e de um médico
O papa comentou que a iniciativa nasceu do "grande coração de um humilde frade porteiro, o venerável frei Cecilio Maria Cortinovis, sensível às necessidades dos pobres que batiam à porta do Convento Capuchinho de Viale Piave, em Milão".
O religioso “pediu ao Senhor que o ajudasse a dar a esses amigos uma assistência melhor, e a Providência respondeu colocando ao seu lado outra pessoa generosa: o doutor Emilio Grignani”, disse o papa.
Leão XIV elogiou o trabalho da associação, que completou 66 anos, como "uma história feita não de benfeitores e beneficiados, mas de irmãos e irmãs que se reconhecem, uns pelos outros, como dom de Deus, sua presença, ajuda recíproca num caminho de santidade".
Em seu discurso, proferido hoje no Palácio Apostólico, no Vaticano, Leão XIV destacou três “aspectos complementares e fundamentais” da caridade: ajudar, acolher e promover.
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Assistência significa “estar presente às necessidades dos outros”, disse o papa.
Ele então destacou várias iniciativas, desde cozinhas comunitárias, chuveiros, clínicas médicas, até apoio psicológico e serviços de orientação profissional, por meio das quais a esta organização ajuda cerca de 30 mil pessoas a cada ano.
Abrindo espaço para os outros no próprio coração
“A isso se soma o acolhimento, isto é, dar espaço ao outro no próprio coração, na própria vida, dedicar-lhe tempo, ouvi-lo, apoiá-lo, rezar por ele”, disse Leão XIV.
O papa disse que essa promoção envolve o “desinteresse” da caridade e o respeito pela dignidade das pessoas.
"Aqueles que são encontrados são cuidados simplesmente para o seu próprio bem, para que possam desenvolver todo o seu potencial e seguir o seu caminho, sem esperar nada em troca e sem impor condições”, disse também ele. “Assim como Deus faz com cada um de nós, mostrando-nos um caminho, oferecendo-nos toda a ajuda necessária para segui-lo, mas deixando-nos livres".
Leão XIV também citou o papa são João Paulo II, que exortou a “desenvolver eficazmente a dignidade e a criatividade de cada pessoa”.
Segundo dados da Sociedade para os Pobres de São Francisco, sediada em Milão, no norte da Itália, cerca de 1,3 mil voluntários estão envolvidos, entre eles cerca de 200 médicos.






