1 de set de 2025 às 09:46
O papa Leão XIV encontrou-se hoje (1) em audiência privada com o padre James Martin, SJ, no Vaticano.
Martin, que está em Roma para liderar uma peregrinação do Jubileu para seu ministério LGBTQ, Outreach, também teve audiências individuais com o papa Francisco em pelo menos duas ocasiões.
A Santa Sé não costuma comentar sobre audiências papais com indivíduos e a Sala de Imprensa da Santa Sé não respondeu imediatamente a um pedido de informações sobre o encontro.
Martin escreveu à CNA, agência em inglês da EWTN: "Senti-me honrado e grato por me encontrar com o Santo Padre esta manhã numa audiência no Palácio Apostólico, e ouvi a mesma mensagem que ouvi do papa Francisco sobre as pessoas LGBTQ, que é de abertura e acolhimento: Todos, todos, todos. Encontrei o papa sereno, alegre e encorajador".
O padre jesuíta, autor e editor geral do ministério jesuíta America Media, é o fundador do Outreach, que se descreve como um "recurso católico LGBTQ" que opera sob os auspícios da America Media.
LGBTQ é a sigla formada a partir dos termos “lésbica”, “gay”, “bissexual”, “tran” e “queer” e identifica a Ideologia de gênero, militância política baseada na teoria de que a sexualidade humana independe do sexo e se manifesta em gêneros muito mais variados do que homem e mulher.
A ideia contraria a Escritura que diz, no livro do Gênesis 1, 27: “Deus criou o ser humano à sua imagem, à imagem de Deus o criou. Homem e mulher Ele os criou”, na tradução oficial da CNBB.
O Catecismo da Igreja Católica diz, no número 369: “O homem e a mulher foram criados, quer dizer, foram queridos por Deus: em perfeita igualdade enquanto pessoas humanas, por um lado; mas, por outro, no seu respectivo ser de homem e de mulher. «Ser homem», «ser mulher» é uma realidade boa e querida por Deus: o homem e a mulher têm uma dignidade inamissível e que lhes vem imediatamente de Deus, seu Criador. O homem e a mulher são, com uma mesma dignidade, «à imagem de Deus». No seu «ser homem» e no seu «ser mulher», refletem a sabedoria e a bondade do Criador.
A doutrina católica sobre a homossexualidade está resumida em três artigos do Catecismo: 2.357 A homossexualidade designa as relações entre homens ou mulheres, que experimentam uma atração sexual exclusiva ou predominante para pessoas do mesmo sexo. Tem-se revestido de formas muito variadas, através dos séculos e das culturas. A sua génese psíquica continua em grande parte por explicar. Apoiando-se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves a Tradição sempre declarou que «os atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados». São contrários à lei natural, fecham o ato sexual ao dom da vida, não procedem duma verdadeira complementaridade afetiva sexual, não podem, em caso algum, ser aprovados.
2358. Um número considerável de homens e de mulheres apresenta tendências homossexuais profundamente radicadas. Esta propensão, objetivamente desordenada, constitui, para a maior parte deles, uma provação, devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á, em relação a eles, qualquer sinal de discriminação injusta. Estas pessoas são chamadas a realizar na sua vida a vontade de Deus e, se forem cristãs, a unir ao sacrifício da cruz do Senhor as dificuldades que podem encontrar devido à sua condição.
2359. As pessoas homossexuais são chamadas à castidade. Pelas virtudes do autodomínio, educadoras da liberdade interior, e, às vezes, pelo apoio duma amizade desinteressada, pela oração e pela graça sacramental, podem e devem aproximar-se, gradual e resolutamente, da perfeição cristã.
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Jubileu 2025
Martin escreveu na rede social X na última sexta-feira (29) que estará em Roma até 8 de setembro para liderar uma peregrinação de 40 pessoas do Outreach para o Jubileu da Esperança 2025.
O padre apoiou a declaração Fiducia supplicans, do Dicastério para a Doutrina da Fé, publicada em 2023, que permite bênçãos a uniões homossexuais.
Apesar da controvérsia sobre o ministério de Martin, o papa Francisco o encorajou tanto em reuniões privadas com Martin quanto em cartas.
Em 2021, Martin publicou uma nota manuscrita que recebeu de Francisco, na qual o papa lhe agradecia por sua “capacidade de estar perto das pessoas” e também lhe dizia para “continuar assim”.
Em 2022, Francisco também enviou uma resposta por escrito a uma carta de Martin com três perguntas sobre a Igreja e a comunidade de pessoas com atração pelo mesmo sexo e com disforia de gênero.
Depois de seu primeiro encontro com Francisco, em 2019, Martin escreveu na rede social Twitter (atual X) que "se sentiu encorajado, consolado e inspirado pelo Santo Padre hoje". O padre jesuíta também se encontrou pessoalmente com o papa Francisco em 2022.
O papa Francisco também nomeou pessoalmente Martin para participar das assembleias do Sínodo da Sinodalidade feitas no Vaticano em 2023 e em 2024.
Martin é o autor de Construindo uma Ponte: Como a Igreja Católica e a Comunidade LGBT Podem Estabelecer uma Relação de Respeito, Compaixão e Sensibilidade (Paulinas Portugal, 168 páginas, R$ 122,40) e frequentemente fala sobre questões relativas à homossexualidade e ao catolicismo.
Martin é um dos 21 consultores do Dicastério para a Comunicação. Ele foi nomeado em 2017.





