26 de ago de 2025 às 16:04
"Estamos abrindo novas portas e novas atitudes pastorais que permitem a compreensão e nos fazem sentir como caminhantes da esperança", disse o arcebispo de Madri, Espanha, cardeal José Cobo à Assembleia da Rede Global de Católicos Arco-Íris (GNRC), que está sendo realizada em Madri.
Arco-Íris se refere à ideologia de gênero da militância LGBTQIA+, sigla para lésbica, gay, bissexual, trans, queer, intersexo, assexuado e mais. A ideologia de gênero é a militância política baseada na teoria de que a sexualidade humana independe do sexo e se manifesta em gêneros muito mais variados do que homem e mulher. Em vez de dois polos, a ideologia de gênero acha que existe uma gama de variações, por isso o arco-íris foi escolhido como símbolo.
A ideia contraria a Escritura que diz, no livro do Gênesis 1, 27: “Deus criou o ser humano à sua imagem, à imagem de Deus o criou. Homem e mulher Ele os criou”, na tradução oficial da CNBB.
O Catecismo da Igreja Católica diz, no número 369: “O homem e a mulher foram criados, quer dizer, foram queridos por Deus: em perfeita igualdade enquanto pessoas humanas, por um lado; mas, por outro, no seu respectivo ser de homem e de mulher. «Ser homem», «ser mulher» é uma realidade boa e querida por Deus: o homem e a mulher têm uma dignidade inamissível e que lhes vem imediatamente de Deus, seu Criador. O homem e a mulher são, com uma mesma dignidade, «à imagem de Deus». No seu «ser homem» e no seu «ser mulher», refletem a sabedoria e a bondade do Criador.
Segundo a carta do cardeal Cobos, é um encontro "antecipando o Jubileu de pessoas com orientações sexuais diversas e suas famílias, que acontecerá em Roma no início de setembro deste ano".
O calendário oficial para o Jubileu 2025 não menciona nenhum evento sobre este tema e informa que os Jubileus da Consolação, dos Operadores de Justiça e dos Catequistas estão programados para o mês que vem.
Na carta, o cardeal Cobo expressa sua esperança de que o evento sirva aos participantes "para se prepararem intensamente para entrar pela Porta Santa, e que isso resulte num encontro mais profundo com Cristo".
"Confio-vos a ele e peço que essa assembleia dê frutos abundantes no serviço de proclamar a alegria do Evangelho em todos os contextos", disse também o cardeal.
Cobo, que é vice-presidente da Conferência Episcopal Espanhola (CEE) também pede a Deus "sabedoria e prudência para fomentar uma Igreja onde nos escutamos, de portas abertas, acolhedora e fraterna, capaz de caminhar com respeito, compaixão e sensibilidade".
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Ele também ressalta que “nunca faremos o suficiente para alcançar a qualidade e o calor do acolhimento de Jesus”, que, enfatiza o cardeal, “soube revelar a humanidade de cada pessoa, revelando também as feridas e os sofrimentos, colocando todas as outras considerações em segundo plano”.
O cardeal Cobo também destaca na carta que "independentemente da complexidade das situações e do nosso mundo, a centralidade da pessoa e sua dignidade devem ser normativas para todos os cristãos".
“As comunidades cristãs, também elas a caminho e desejosas de evitar toda forma de discriminação injusta e processos que nos desumanizam, além de acolher o outro, devem promover uma cultura de diálogo, de acompanhamento e de inclusão efetiva daqueles que desejam caminhar na Igreja”, disse também ele.
Pastoral LGBT na arquidiocese de Madri
No mês passado, o cardeal Cobo recebeu no palácio arquiepiscopal de Madri uma delegação da organização CRISMHOM, sigla para "CRIStãs y Cristãos de Madri Homosexuais", da Federação Espanhola FELGTB.
Quando a CRISMHOM falou sobre a reunião, disse que a considerou “o tiro de largada para trabalharmos juntos”.
Respondendo à ACI Prensa, agência em espanhol do Grupo ACI, sobre como essa colaboração se concretizaria, a arquidiocese de Madri disse que "não haverá uma pastoral especializada ou institucionalizada" para pessoas com tendências homossexuais ou que se identificam com o sexo oposto.






