Uma pesquisa abrangente feita pelo site katholisch.de revela divisões gritantes nas 27 dioceses do país sobre a implementação de diretrizes de bênção para uniões homossexuais sobre a implementação de diretrizes de bênção para uniões homossexuais.

Cinco dioceses — Colônia, Augsburg, Eichstätt, Passau e Regensburg — se recusaram explicitamente a implementar as diretrizes não vinculantes do documento Segen gibt der Liebe Kraft (Bênçãos dão força ao amor), da Conferência Episcopal Alemã e do Comitê Central dos Católicos Alemães (ZdK, na sigla em alemão) publicado há três meses com normas sobre as bênçãos. O ZdK é uma organização de empregados leigos da Igreja na Alemanha.

As cinco dioceses alegam a declaração Fiducia supplicans, do Dicastério da Doutrina Fé, como base para sua decisão. A declaração assinada pelo prefeito do dicastério, o cardeal argentino Victor Manuel “Tucho” Fernández, permite apenas bênçãos informais, que não possam ser vistas como parte de nenhuma liturgia, a uniões homossexuais.

Onze dioceses alemãs endossaram oficialmente ou pelo menos mantêm práticas pastorais alinhadas com as diretrizes não-vinculantes.

As 11 dioceses restantes adotaram várias posições intermediárias, com algumas expressando cautela sobre a implementação do subsídio ou deixando a critério pastoral individual.

Augsburg descreve objeções

O bispo de Augsburg, Bertram Meier, identificou vários pontos em que a orientação entra em conflito com a doutrina da Santa Sé.

Ele disse que, embora a Fiducia supplicans enfatize que tais bênçãos não devem ser promovidas ou ter um ritual prescrito, o folheto alemão fala explicitamente de “celebrações de bênçãos” e pretende avaliar experiências com tais bênçãos.

A diocese também expressou preocupação com o fato de o folheto sugerir um “design planejado e esteticamente atraente de uma celebração de bênção litúrgica” com música e canto, o que contradiz a orientação da Santa Sé para bênçãos breves e espontâneas.

A iniciativa católica Neuer Anfang (Novo Começo) criticou duramente as diretrizes alemãs dizendo que elas promovem “o oposto das intenções declaradas” do papa Francisco e contradizem o propósito original da Fiducia supplicans.

A Neuer Anfang diz que muitos bispos alemães estão falhando em defender a ética sexual católica em suas abordagens de implementação, dizendo que o folheto incentiva práticas que vão muito além do que o documento da Santa Sé previu.

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Cardeal Müller fala em ‘fraude’

O ex-chefe da doutrina da Santa Sé, cardeal Gerhard Ludwig Müller, fez uma crítica mordaz à implementação alemã numa contribuição especial para o jornal católico alemão Die Tagespost.

Müller comparou a situação atual ao comércio de indulgências medieval, que “colocava em risco a salvação eterna dos enganadores e dos enganados e nos trouxe a divisão contínua do cristianismo até hoje”.

O cardeal e professor de teologia disse em 18 de julho que, segundo a compreensão bíblica, o casamento só existe entre um homem e uma mulher, tornando os ritos de bênção eclesiástica para situações de vida irregulares "ineficazes diante de Deus" e constituindo "fraude piedosa" para os participantes.

Em escritos anteriores, Müller disse que a Fiducia Supplicans — que recebeu uma reação mista em todo o mundo — era “confusa” e contraditória com documentos doutrinários anteriores.

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Implementação prossegue

As dioceses de Limburg, Osnabrück e Trier, no norte da Alemanha, publicaram as orientações em seus boletins oficiais.

A diocese de Würzburg chaga ao ponto de promover “cultos de bênção” para uniões homossexuais, disse o katholisch.de.

O bispo de Limburg, Georg Bätzing, presidente da Conferência Episcopal Alemã, disse que a implementação da orientação visa fortalecer as pessoas em parcerias “que vivem juntas em amor e responsabilidade”.

Em Mainz, o bispo Peter Kohlgraf recomendou que sua equipe "procedesse conforme com o documento em sua prática". A diocese de Fulda descreveu o documento como "um passo importante em direção a uma Igreja que se orienta para as realidades da vida das pessoas e respeita o amor em todas as suas expressões".