7 de ago de 2025 às 12:05
Na audiência geral de ontem (6), o papa Leão XIV pediu orações por Burkina Faso e Níger, países na África onde comunidades cristãs têm sofrido uma escalada de violência por parte de grupos radicais islâmicos armados.
O papa expressou solidariedade a grupos de jovens fiéis vindos de ambos os países para participar do Jubileu da Juventude em sua saudação aos peregrinos de língua francesa. "Quero reiterar minhas orações por seus países", disse ele.
Leão XIV também os encorajou a “seguir em frente” e a serem “peregrinos da esperança” e “artesãos da paz e da reconciliação” quando voltarem para seus países.
Consciente das dificuldades que essa tarefa acarreta, o papa os exortou a perseverar: "Vocês têm tudo o que precisam para preparar um mundo melhor e mais fraterno".
Nos últimos anos, comunidades cristãs em Burkina Faso e Níger têm sofrido uma escalada de violência por parte de grupos radicais islâmicos que operam com crescente impunidade em grandes áreas do Sahel, região na África ao sul do deserto do Saara.
Esses grupos, afiliados à Al-Qaeda ou ao Estado Islâmico, têm como alvo particular minorias religiosas, como cristãos, com o objetivo de desestabilizar a coexistência e semear o terror.
Em Burkina Faso, um dos ataques mais chocantes ocorreu em 12 de maio de 2019, quando um grupo armado invadiu uma igreja católica em Dablo, no norte do país, na missa dominical, matando o padre Siméon Yampa e cinco fiéis. Depois do ataque, os terroristas incendiaram a igreja, estabelecimentos comerciais e outros prédios públicos.
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Só uma semana antes, em 5 de maio de 2019, seis pessoas — entre elas um catequista — foram mortas numa procissão mariana em Zimtenga. Em outras cidades, como Toulfé, Titao e Sebba, comunidades cristãs foram atacadas e várias igrejas foram fechadas ou destruídas.
O país está mergulhado numa espiral de violência há anos devido à atuação de grupos islâmicos armados e à incapacidade das autoridades de controlar grande parte do país. Isso alimentou dois golpes de Estado em 2022. No ano passado, o catequista Edouard Yougbare foi sequestrado e posteriormente assassinado em Burkina Faso.
No Níger, embora a porcentagem de cristãos seja muito pequena, eles também têm sido alvos de violência. Com uma taxa de pobreza de 48,9%, é um dos países mais pobres do mundo.
Em janeiro de 2015, depois da publicação de charges retratando Maomé, fundador do islamismo, pelo semanário francês Charlie Hebdo, uma onda de revoltas abalou o país. Cerca de 70 igrejas cristãs — católicas e protestantes — foram incendiadas ou saqueadas em Niamey e outras cidades. Desde então, a pressão aumentou nas áreas rurais do oeste do Níger, onde células extremistas operam com crescente agressividade, levando ao fechamento de missões e ao deslocamento de milhares de pessoas.
Apesar dessas ameaças, as comunidades cristãs nesses dois países não cessaram seu trabalho pastoral, educacional e social.








