3 de ago de 2025 às 13:21
Leão XIV não conseguiu conter a emoção em seu segundo e último grande encontro com os jovens na grande esplanada de Tor Vergata. Eram mais de um milhão de peregrinos de mais de 140 países que dormiram em sacos de dormir ao ar livre.
Na manhã de hoje (3), tal como ontem à tarde, uma explosão de alegria percorreu a grande esplanada de mais de 96 hectares ao ver o Santo Padre descer do helicóptero. Após a intensa noite de vigília, marcada por um momento comovente de adoração eucarística em silêncio e de joelhos, o pontífice indicou aos jovens que na vida nada é “firme e seguro”, mas que a existência “se regenera constantemente” no amor.
“Aspirem a grandes coisas, à santidade, onde quer que estejam. Não se contentem com menos”, exortou-os com emoção na missa conclusiva do Jubileu da Juventude. “Então verão crescer a cada dia a luz do Evangelho, em vocês mesmos e ao seu redor”.
Aventurar-se com Ele “rumo aos espaços eternos do infinito”
Do imponente palco, ele convidou os jovens a abrirem “de par em par o coração” para Deus e a se aventurarem com Ele “rumo aos espaços eternos do infinito”.
O papa centrou sua homilia no profundo desejo de plenitude que todos os homens sentem e pediu aos jovens que não tentem saciar a sede do seu coração com “substitutos ineficazes”.
“Há uma inquietação importante em nosso coração, uma necessidade de verdade que não podemos ignorar, que nos leva a perguntar: o que é realmente a felicidade?”
Assim, ele convidou a fazer dessa inquietação “um banquinho para subir e espiar, como crianças, na ponta dos pés, pela janela do encontro com Deus”. Dessa forma, nos encontraremos “diante Dele, que nos espera; melhor dizendo, que bate gentilmente à porta da nossa alma”.
Leão XIV refletiu sobre a passagem sobre os discípulos de Emaús. Os discípulos de Jesus, após sua morte, “se afastaram de Jerusalém assustados e desiludidos”, convencidos de que “não havia mais nada a esperar”.
No entanto, eles se encontraram “precisamente com Ele, acolheram-no como companheiro de viagem, ouviram-no enquanto lhes explicava as Escrituras e, finalmente, reconheceram-no ao partir o pão”.
O papa disse que o encontro com Cristo ressuscitado transformou a tristeza em esperança: “Os seus olhos se abriram e a alegre notícia da Páscoa encontrou lugar nos seus corações”.
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Esse mesmo encontro, disse Leão XIV, também pode mudar a existência de cada jovem: “O encontro com o Ressuscitado que muda nossa existência, que ilumina nossos afetos, desejos e pensamentos”.
O papa também abordou a experiência dos “limites” e da “finitude” das coisas que passam e disse que esses argumentos não devem ser “tabu” ou elementos “que devem ser evitados”.
“A fragilidade, de fato, faz parte da maravilha que somos”, destacou após citar a leitura do Eclesiástico e do Salmo 90, em que comparou com a delicadeza da erva do campo.
“Certamente, é delicada, feita com caules finos, vulneráveis, propensos a secar, dobrar, quebrar; mas, ao mesmo tempo, são rapidamente substituídos por outros que florescem depois deles”, detalhou. E sublinhou: “Nós também, queridos amigos, somos assim; fomos feitos para isso”.
Recordando aos jovens sua passagem por Roma durante esta semana, o pontífice valorizou sua participação em encontros culturais, artísticos e religiosos em Roma: “Vocês se encontraram entre contemporâneos vindos de diferentes partes do mundo, pertencentes a culturas distintas. [...] Depois, no Circo Máximo, aproximando-se do sacramento da penitência, receberam o perdão de Deus e pediram a sua ajuda para uma vida boa”.
Da mesma forma, exclamou que a plenitude da nossa existência não depende do que “acumulamos nem do que possuímos”, mas “está ligada ao que sabemos acolher e partilhar com alegria”.
“Comprar, acumular e consumir não é suficiente”, disse Leão XIV. “Precisamos levantar os olhos, olhar para cima, para as coisas celestiais, para perceber que tudo tem sentido, entre as realidades do mundo, apenas na medida em que serve para nos unir a Deus e aos irmãos na caridade, fazendo crescer em nós sentimentos de profunda compaixão, benevolência, humildade, doçura e paciência”.
Evocando são João Paulo II, iniciador das Jornadas Mundiais da Juventude, exclamou: “nossa esperança é Jesus”.
“É Ele, como dizia são João Paulo II, ‘aquele que suscita em vós o desejo de fazer da vossa vida algo grande para melhorar a vós mesmos e a sociedade, tornando-a mais humana e fraterna’”, disse.
Concluindo sua homilia, Leão XIV encorajou os jovens a continuar cultivando sua amizade com Cristo “com a oração, a adoração, a comunhão eucarística, a confissão frequente e a caridade generosa” e citou como modelos disso os beatos Pier Giorgio Frassati e Carlo Acutis, que em breve serão canonizados.
Antes de dar a bênção final, ele os confiou à Virgem Maria: “Eu os confio a Maria, a Virgem da esperança. Com a ajuda dela, ao retornarem aos seus países nos próximos dias, em todas as partes do mundo, continuem caminhando com alegria nas pegadas do Salvador e contagiem aqueles que encontrarem com o entusiasmo e o testemunho de sua fé. Boa viagem!”.





