A basílica são Francisco de Assis, em Brasília (DF), celebra amanhã (2) o Perdão de Assis, com confissões o dia inteiro das 8h às 20h. Haverá cinco missas em honra a santa Maria dos Anjos da Porciúncula: às 7h, 8h, 9h30, 12h15 e 15h.

A indulgência plenária concedida à Porciúncula é obtida anualmente no dia 2 de agosto e, desde 1966, se estende a todas as igrejas paroquiais espalhadas no mundo e também a todas as igrejas franciscanas. Para obtê-la, o fiel precisa cumprir os preceitos definidos pela Igreja: Confessar, comungar e rezar na intenção do papa.

O dia do Perdão de Assis, segundo o pároco e reitor da basílica são Francisco de Assis, frei Flávio de Freitas Amorim, “é a misericórdia, o amor de Deus, que não se cansa de nós, que vem a nós, que nos perdoa e que nos ama”.

Perdão de Assis

Instituída pelo papa Honório III, o dia do Perdão de Assis surgiu em 1216. São Francisco de Assis estava rezando na Porciúncula, pequena ermida hoje circundada pela basílica de Nossa Senhora dos Anjos. Era noite e o santo viu uma luz muito forte e, sobre o altar Jesus Cristo e, à direita dele, Nossa Senhora, ambos circundados de uma multidão de anjos.

O reitor da basílica, frei Flávio Amorim, conta que Jesus e Nossa Senhora perguntam a são Francisco o que ele desejava para a salvação das almas. “A resposta de são Francisco foi imediata: Santíssimo Pai, mesmo que eu seja um mísero pecador, o pior dos pecadores, te peço, que a todos quantos arrependidos e confessados virão visitar esta igreja, lhes conceda amplo e generoso perdão, com uma completa remissão de todas as culpas”.

“Veja que belo, porque estamos falando do ano do século XIII. No século XIII tínhamos três lugares de indulgência: Roma, São Tiago de Compostela e a Terra Santa. Esses eram os únicos lugares que era concedido a indulgência”, destacou o reitor. “E são Francisco pede a indulgência naquele pequeno lugar, naquela ermida e a resposta do Senhor vai ser a seguinte: Ó irmão Francisco, aquilo que pedes é grande. De coisas maiores és digno e coisas maiores tereis. Acolho, portanto, o teu pedido, mas com a condição de que tu peças esta indulgência da parte minha ao meu vigário na terra, o papa”.

O papa naquele ano era Honório III e são Francisco vai até ele e “conta tudo que viu”, disse frei Flávio. “O papa escutou com atenção e depois de alguns esclarecimentos, deu aprovação a indulgência à aquela ermida, no dia 2 de agosto”.

Quando o papa pergunta a são Francisco por quantos anos ele queria a indulgência, são Francisco responde: “Pai Santo, não te peço por anos, mas por almas”.

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“Então, essa indulgência perdura até os dias de hoje”, diz o frade Flávio Amorim. “E feliz, sai são Francisco à porta, como que indo embora e o papa então o chamou novamente e dize: ‘Francisco, não queres nenhum documento?’ e Francisco responde: ‘Santo Pai, não te preocupes, eu não tenho necessidade de algum documento. Esta carta deve ser à Santíssima Virgem Maria, Cristo, o escrivão e os anjos, as testemunhas’. Assim, então, nós temos esta festa chamada indulgência de Assis ou hoje carinhosamente chamada de o Perdão de Assis”, relatou o reitor da basílica.

Perdão de Assis na basílica

A festa do Perdão de Assis acontece na basílica desde sua fundação, quando ela foi erigida à paróquia em 4 de outubro de 1981.

“Essa igreja depois de ser paróquia, se tornou um santuário justamente pelo número grande de fiéis que acorrem para a confissão”, destacou o frade.

“É tanto que nós temos confissões aqui na basílica de segunda a segunda. Tem dias que, em plena terça-feira ou segunda-feira à noite, nós temos que colocar mais frades para poder atender todos os fiéis que vêm aqui na busca da misericórdia de Deus”, contou o reitor.

Para frei Flávio, “há um renascimento forte de toda a igreja” na busca do sacramento da reconciliação. Ele disse que “comentava com os confrades” sobre “o número de fiéis que estão voltando à igreja, que estão buscando a confissão”.

“E sim, voltar à igreja significa também buscar a confissão”, disse o reitor. “Quantas pessoas vêm e choram na confissão e dizem que estão aqui porque realmente escutaram a voz do Senhor. De alguma forma o Senhor está chamando a mudança de vida, a uma busca de Deus. E a confissão nos ajuda a buscar essa reconciliação conosco mesmo, com Deus e com os outros”.

Segundo o frade, “tem aumentado o número de jovens” que buscam a confissão.

“Hoje a basílica tem muitos jovens e muitos vêm à procura da misericórdia. Eu vejo isso como o desejo do coração humano de conversão, de mudança de vida”, disse o reitor. “E a confissão, quando é bem preparada, feito um exame de consciência, se torna realmente um momento forte da mudança de vida, da conversão”.