30 de jul de 2025 às 16:11
O Dicastério para a Doutrina da Fé expressou reservas sobre um suposto local de aparições de Nossa Senhora no sul da Itália, permitindo só a devoção privada e dizendo que alegações de que uma mulher que já morreu comunicou mensagens por meio de um anjo da guarda "requerem estudo mais aprofundado".
Sant'Onofrio é uma montanha na região de Molise, no sul da Itália, perto da cidade de Agnone. Desde 2009, um morador da região, Michelino Marcovecchio, diz ter recebido visões de Nossa Senhora e mensagens dela.
Ele também disse ter ouvido a voz de sua sogra, Livia Casciano, que já morreu, por meio de seu anjo da guarda.
O Dicastério para a Doutrina da Fé (DDF) deu às supostas experiências sobrenaturais no monte Sant'Onofrio um julgamento de "prae oculis habeatur" ("que seja mantido diante dos olhos"), o que significa que há "importantes sinais positivos", mas "alguns aspectos de confusão ou risco potencial também são percebidos" e "um esclarecimento doutrinário pode ser necessário".
A DDF disse que “o culto privado é permitido”, como visitas pessoais em pares ou pequenos grupos à cruz ou às estações da Cruz erguidas no monte Sant'Onofrio.
Atos de culto público, no entanto, não são permitidos, como peregrinações, eventos pastorais e a celebração de missas em locais ligados às supostas experiências espirituais. Informações sobre o fenômeno e suas supostas mensagens também não podem ser disseminadas sem a aprovação das autoridades eclesiásticas.
Em carta ao bispo de Isernia-Venafro e Trivento, Itália, Camillo Cibotti, o prefeito da DDF, cardeal Víctor Manuel Fernández, escreveu que há valor no conteúdo de algumas das mensagens recebidas por Marcovecchio e “sinais da ação do Espírito Santo em meio a esse suposto fenômeno sobrenatural”.
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No entanto, disse Fernández, “também são percebidos alguns aspectos de confusão ou riscos potenciais que exigem do bispo diocesano um discernimento cuidadoso e um diálogo com os destinatários de uma determinada experiência espiritual".
O cardeal também chamou a atenção para dois aspectos das supostas manifestações que exigem cuidados especiais por parte do bispo.
Primeiro, alguns membros do clero local não observaram a decisão do bispo anterior de proibir qualquer forma de culto público ou privado relacionado às supostas aparições e até pareceram promover desobediência.
O segundo problema potencial era o “fato incomum de que algumas almas dos mortos se manifestam ao suposto visionário por meio do trabalho de seu anjo da guarda”.
Fernández disse que as supostas aparições no monte Sant'Onofrio seguem a doutrina da Igreja sobre a relação entre os vivos e os mortos, mas "de uma maneira que mostra sua originalidade em relação à tradição espiritual e que, portanto, exigiria mais estudo".
O prefeito do DDF exortou o bispo a garantir que aqueles que seguem e promovem as experiências espirituais no monte Sant'Onofrio tenham em mente “que a linha entre práticas lícitas e arriscadas é bastante tênue”.




