Promotores suíços apresentaram acusações criminais contra uma vereadora de Zurique e ex-líder do Partido Verde Liberal depois que ela publicou imagens de si mesma disparando cerca de 20 tiros contra uma imagem cristã representando Nossa Senhora e o Menino Jesus.

Segundo o jornal suíço 20 Minuten, o Ministério Público de Zurique acusa Sanija Ameti de menosprezar publicamente as crenças religiosas e perturbar a paz religiosa, crime previsto no artigo 261 do Código Penal Suíço.

O código penaliza qualquer pessoa “que insulte ou zombe publicamente e maliciosamente das convicções religiosas de outros, e em particular de sua crença em Deus, ou profane maliciosamente objetos de veneração religiosa”.

O incidente ocorreu em setembro do ano passado, quando Ameti usou uma pistola de pressão para atirar numa reprodução da pintura Madona com o Menino e o Arcanjo Miguel, do século XIV, do artista Tommaso del Mazza.

A parlamentar teria atirado a cerca de dez metros de distância, mirando deliberadamente nas cabeças de Maria e de Jesus.

Ameti, que se identifica como ateia nascida muçulmana, postou fotos da imagem profanada na rede social Instagram, escrevendo na legenda da publicação a palavra "abschalten" — termo alemão que significa "desligar", mas que, no contexto de atirar nos rostos de Maria e Jesus, foi entendido por alguns como um ato simbólico de apagamento ou eliminação.

As imagens da profanação, entre elas um close dos buracos de bala, provocaram indignação imediata e generalizada.

No total, 31 pessoas apresentaram queixas criminais. Ameti renunciou ao cargo de liderança no Partido Verde Liberal de Zurique e deixou o partido em janeiro. Ela ainda atua como membro independente do conselho municipal de Zurique.

Na época, Ameti reagiu à indignação nas redes sociais com uma curta postagem na rede social X.

“Peço perdão a todos aqueles ofendidos pela minha publicação”, escreveu ela, dizendo que inicialmente não havia reconhecido o significado religioso das imagens e depois as apagou ao perceber.

Segundo a acusação, o Ministério Público de Zurique considera que o ato foi uma "encenação pública" deliberada que constituiu um "desrespeito desnecessário, depreciativo e prejudicial" às crenças dos cristãos, com potencial para perturbar a paz religiosa.

O movimento cívico suíço Mass-Voll, que apresentou uma das queixas originais, descreveu o incidente como “uma clara incitação à violência contra cristãos”.

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Nicolas Rimoldi, presidente do movimento, disse que, à luz do aumento da violência contra cristãos em toda a Europa, tais atos aumentam as chances de novos ataques, informou a mídia suíça.

Ameti até agora não comentou publicamente sobre a acusação.

Reação da Conferência Episcopal Suíça

Na época, a Conferência Episcopal Suíça condenou o ato como "inaceitável", dizendo que ele expressava "violência e desrespeito à pessoa humana" e causava "profunda dor entre os fiéis católicos".

A conferência episcopal enfatizou que "mesmo à parte da representação religiosa da Mãe de Deus", o ato revelou "uma falta fundamental de respeito pela dignidade humana", disse a Conferência Episcopal Suíça.

O bispo de Chur, Suíça, Joseph Bonnemain, diz que Ameti lhe escreveu pessoalmente para expressar remorso.

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Em resposta, ele ofereceu publicamente seu perdão e pediu aos católicos e fiéis de outras religiões que fizessem o mesmo.

“Como eu poderia não perdoá-la?”, disse Bonnemain.