15 de jul de 2025 às 15:16
Em 11 de julho, o papa Leão XIV nomeou o padre Michel Guillaud bispo da diocese de Constantino, Argélia. A nomeação atraiu pouca atenção, em parte porque o padre francês já era administrador diocesano dessa jurisdição eclesiástica. Formado pelo Pontifício Instituto de Estudos Árabes e Islâmicos de Roma, o bispo dedicou quase toda a sua carreira sacerdotal ao país do norte da África.
No entanto, Constantino não é uma diocese qualquer. Das quatro jurisdições da Argélia, ela é a que leva o título da antiga diocese de Hipona, da qual santo Agostinho era bispo. A basílica de Santo Agostinho em Annaba é agora uma pró-catedral, já que a antiga catedral de Constantino, dedicada a Nossa Senhora das Sete Dores, foi convertida em mesquita em 1964.
Mas essa não é a única razão pela qual a nomeação do bispo de Constantino é significativa. Primeiro, com essa nomeação, todas as quatro dioceses da Argélia agora têm bispos. Segundo, o fato de a Igreja ter um papa agostiniano levanta a possibilidade de uma visita papal ao país.
Espera-se que Leão XIV visite Niceia, que fica na atual Iznik, no noroeste da Turquia, para celebrar os 1.700 anos do primeiro concílio ecumênico. A data mais provável para a viagem é 30 de novembro, dia de santo André, quando uma delegação católica tradicionalmente visita a cidade.
O papa Francisco esperava viajar a Niceia em 24 de maio. A viagem nunca foi anunciada oficialmente, mas a data havia sido discutida. O programa teria se limitado a Niceia devido ao seu estado de saúde. A morte do papa argentino adiou a visita, mas não a ideia de uma celebração ecumênica em grande escala.
Leão XIV não tem por que se limitar a Niceia. Ele poderia ir a Ancara, capital da Turquia, para visitar o palácio presidencial e se reunir com o corpo diplomático. Ele poderia parar em Istambul para visitar o Fanar, a sede do patriarcado ecumênico ortodoxo de Constantinopla, e se encontrar com católicos na capital turca. Ele poderia então seguir para Niceia para a celebração ecumênica com o patriarca ortodoxo Bartolomeu.
Mas antes dessa viagem, Leão XIV poderia escolher ir à Argélia, seguindo os passos de santo Agostinho. Essa ideia ganhou força na Santa Sé, e possíveis itinerários parecem já estar sendo explorados. Diz-se que o papa deseja que sua primeira viagem seja simbolicamente ligada à sua primeira vocação.
Portanto, a Argélia poderia ser a primeira parada de uma viagem que também o levaria à Turquia. Essa viagem inaugural duraria pelo menos uma semana, com duas paradas semelhantes e distintas. Não seria só uma viagem ecumênica, mas também inter-religiosa.
Se confirmada, a viagem também estabeleceria um padrão para as visitas de Leão XIV. Ele é um papa relativamente jovem e, portanto, capaz de empreender longas viagens.
Possíveis visitas
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Onde mais? Rumores se espalham. Leão XIV gostaria de voltar ao Peru em sua segunda viagem, que poderia ocorrer entre maio e junho de 2026. A visita seria a Chiclayo, Lima e outras cidades peruanas com os quais o papa mantém laços.
Além disso, ele foi convidado a visitar os EUA. O ano de 2026 marca o 250º aniversário da fundação do país, e 2025 marca o 80º aniversário da criação da Organização das Nações Unidas (ONU).
Espera-se que Leão XIV volte ao seu país de origem, com prováveis escalas em Washington, D.C.; Baltimore, a diocese mais antiga dos EUA; e Nova York, onde poderá discursar na sede da ONU, possivelmente em setembro, coincidindo com a assembleia geral.
Leão XIV também poderá retomar um plano pouco conhecido do papa Francisco: outra viagem à África. Entre as escalas que o papa argentino teria considerado estava Cabo Verde.
Isso teria tido motivações profundamente pessoais: o Negro Manuel, homem escravizado encarregado de transportar uma imagem de Nossa Senhora, veio de Cabo Verde. Essa imagem então fez escala em Luján, Argentina, onde o santuário mais venerado do país foi construído depois do evento.
É difícil dizer hoje se essa viagem à África realmente acontecerá ou se poderá acontecer em 2026 ou 2027. Ainda assim, continua sendo uma possibilidade.
É claro que não faltaram convites do mundo todo. O papa já manifestou sua disposição de visitar o santuário de Lourdes, França, e alguns até pediram uma visita à Ucrânia, embora isso ainda seja improvável.
Ele também deve estar em Barcelona, Espanha, no ano que vem, para a conclusão da basílica da Sagrada Família, prevista para o ano que vem, da enorme basílica espanhola, depois de 144 anos de construção, coincidindo com o centenário da morte de seu arquiteto, o venerável Antoni Gaudí.
No entanto, Argélia, Peru e EUA — além de Niceia, é claro — parecem ser as prováveis primeiras paradas do papa.
No entanto, nenhuma dessas visitas é iminente. Normalmente, as viagens papais são confirmadas e anunciadas oficialmente só um mês antes da partida, quando não há mais dúvidas de que o papa estará presente. Por enquanto, essas continuam sendo hipóteses de trabalho, embora todas pareçam prováveis.





