20 de jun de 2025 às 14:43
O embaixador de Israel junto à Santa Sé, Yaron Sideman, disse ontem (19) que os ataques às instalações nucleares e de mísseis balísticos do Irã estão impedindo a Terceira Guerra Mundial.
Sideman disse a Colm Flynn, correspondente da EWTN News, que Israel atacou o Irã na semana na "décima primeira hora". Segundo ele, o país não tinha escolha a não ser se proteger destruindo os programas de armas do Irã.
Respondendo se achava que os ataques de Israel ao Irã estão aproximando o mundo de uma terceira guerra mundial, Sideman disse: "Estamos impedindo uma Terceira Guerra Mundial".
“Estamos impedindo uma escalada ainda maior, privando… o regime mais perigoso do planeta da arma mortal mais perigosa do planeta”.
“Se não eliminarmos o programa nuclear, ele nos eliminará”, disse ele.
Nos últimos meses os programas nucleares e de mísseis balísticos do Irã "aceleraram a um grau inimaginável", disse Sideman. Ele disse que o Irã enriqueceu urânio a 60% U-235, nível próximo ao de uso militar, "o suficiente para nove bombas nucleares", e estava produzindo mísseis balísticos para transportar as bombas a uma taxa de 300 mísseis por mês.
Sideman disse que, segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão de fiscalização nuclear, o Irã está em grave descumprimento em relação ao seu programa nuclear porque os níveis de enriquecimento de urânio excedem em muito os níveis necessários para o programa de energia nuclear para o qual o Irã diz que seu enriquecimento de urânio é destinado.
O conflito com o Irã, "de um modo ou de outro, militar ou voluntariamente, terminará com a eliminação ou pelo menos com o retrocesso significativo do programa nuclear e de mísseis balísticos iranianos".
Segundo Sideman, o Irã é o único país-membro da Organização das Nações Unidas (ONU) que ameaçou repetidamente eliminar outro país. Ele disse que o Irã disparou 400 foguetes e drones contra Israel, sem provocação de Israel, no último ano "para provar que fala a verdade".
‘Nossa luta não é contra vocês’
Respondendo sobre o que teria a dizer aos cidadãos iranianos que podem não apoiar as ideologias radicais do governo e que estão vivendo a violência, Sideman disse: “Eu lhes direi: Nossa luta não é contra vocês. Temos o maior respeito pelo povo e nos solidarizamos com o seu sofrimento”.
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Mas ele atribuiu o sofrimento ao "regime brutal que os tomou como reféns". O diplomata disse esperar que o resultado desse conflito seja um "retorno às relações amistosas, cordiais e pacíficas que existiam antes". Até 1979, quando o regime islâmico tomou o poder no Irã, os dois países mantinham uma relação "pacífica", e até mesmo "amigável". Na Segunda Guerra Mundial, por exemplo, o Irã foi um dos poucos países que acolheu judeus que escapavam da perseguição nazista.
Sideman disse que, no entanto, depois da revolução islâmica em 1979, o governo iraniano “assumiu como seu objetivo aniquilar o Estado de Israel”.
Papa reafirma apelo ao diálogo
O papa Leão XIV reiterou ontem, em Roma, seu apelo urgente pela paz entre Israel e os conflitos em curso na Faixa de Gaza e no Irã.
"Gostaria de renovar esse apelo pela paz, para evitar a todo custo o uso de armas e buscar o diálogo, por meio de instrumentos diplomáticos", disse o papa, lamentando a morte de "muitos inocentes".
Sideman disse que ainda não falou com Leão XIV, exceto num breve diálogo, antes do início do último conflito, quando o convidou a visitar Israel.
Sideman disse também que, como embaixador, uma de suas principais prioridades é se envolver com a Santa Sé "de todas as maneiras para ajudar a facilitar" a libertação dos 53 reféns, vivos e mortos, que são mantidos em cativeiro na Faixa de Gaza pelo grupo terrorista Hamas desde o ataque de 7 de outubro de 2023. Terroristas do Hamas invadiram Israel, mataram cerca de 1,2 mil pessoas e sequestraram centenas de israelenses, dando início ao atual ciclo de combates entre as Forças de Defesa de Israel e o grupo terrorista financiado, armado e controlado pelo Irã, que governa a Faixa de Gaza.
"O sofrimento terminará no momento em que o Hamas deixar de existir como força militar e governante em Gaza", disse Sideman. "No momento em que isso acontecer, e nossos reféns retornarem... será então que não haverá mais necessidade" da presença militar contínua de Israel em Gaza, disse o embaixador.
“Queremos paz”, concluiu Sideman. “Mesmo uma paz fria é melhor que a guerra”.