17 de jun de 2025 às 12:29
O cardeal Raymond Burke disse ter pedido ao papa Leão XIV o fim das restrições à celebração da missa tradicional em latim impostas pelo papa Francisco.
Burke discursou numa conferência em Londres organizada pela Sociedade da Missa em Latim da Inglaterra e do País de Gales, dizendo aos participantes que espera que o novo papa "ponha fim à perseguição" aos fiéis que querem celebrar a missa usando o "uso mais antigo" — "usus antiquior" — da liturgia romana.
Burke, prefeito emérito do Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica e ex-patrono da Ordem de Malta, foi um dos sete convidados a falar na conferência sobre fé e cultura na última sexta-feira (14).
O bispo auxiliar de Astana, Cazaquistão, Athanasius Schneider, que já escreveu muito sobre a Eucaristia e a tradição da Igreja, também falou na conferência de fim de semana que marcou o 60º aniversário da sociedade sediada no Reino Unido.
“Certamente já tive a oportunidade de expressar isso ao papa”, disse Burke por videoconferência. “Espero que ele, o mais breve possível, se dedique ao estudo desta questão”.
Depois do concílio Vaticano II, o papa são Paulo VI promulgou a Novus Ordo Missae em 1969. Essa liturgia, que permite celebrar a missa em língua vernácula, além do latim, e alterou substancialmente a liturgia anterior, que data do Concílio de Trento, no século XVI, substituiu a missa tradicional.
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Os papas são João Paulo II e Bento XVI liberaram o uso dos livros litúrgicos anteriores à reforma do Concílio Vaticano.
Na conferência, Burke expressou seu desejo de que Leão XIV revogue o motu proprio Traditionis custodes, escrito pelo papa Francisco em 2021, que restringe a missa tradicional em latim, e restaure o motu proprio Summorum Pontificum, publicado por Bento XVI em 2007, disse o jornal católico inglês Catholic Herald.
“Espero que [Leão XIV] continue a desenvolver o que o papa Bento XVI legislou com tanta sabedoria e amor para a Igreja”, disse Burke na conferência.
Além das críticas à Traditionis custodes, o cardeal americano criticou publicamente outras iniciativas do papa Francisco.
Em 2016, Burke e outros três cardeais apresentaram dubia, “dúvidas”, em latim, que na tradição da igreja são pedidos formais de esclarecimento, sobre interpretações da exortação apostólica Amoris laetitia.
O cardeal também criticou o sínodo de 2019 sobre a Região Pan-Amazônica, convocado pelo papa Francisco, dizendo que partes da agenda pareciam "contrárias" à doutrina da Igreja.