11 de jun de 2025 às 10:10
“Não há grito que Deus não ouça, mesmo quando não percebemos que nos dirigimos a Ele”, disse o papa Leão XIV hoje (11), na audiência geral. O papa falava sobre a esperança cristã, uma das três virtudes teologais, junto com a fé e a caridade.
Leão XIV analisou a passagem do Evangelho de são Marcos sobre a cura de Bartimeu cego e mendigo que encontrou Jesus na saída de Jericó.
Segundo o papa, essa história ajuda a entender que "nunca devemos abandonar a esperança, mesmo quando nos sentimos perdidos".
O papa falou sobre as curas feitas por Jesus e convidou os fiéis a apresentarem diante do Coração de Cristo suas “partes mais dolorosas ou frágeis” ou os lugares de suas vidas onde “se sentem parados e bloqueados”.
“Peçamos ao Senhor com confiança que ouça o nosso grito e nos cure”, disse Leão XIV.
O papa se concentrou na atitude de Jesus, que "não vai imediatamente ao seu encontro", nem mesmo perguntando o que ele quer que ele faça.
“Mas, na realidade, não é óbvio que queiramos ser curados das nossas doenças, às vezes preferimos ficar parados para não assumir responsabilidades", disse Leão XIV.
“Parece estranho que, diante de um cego, Jesus não vá imediatamente ter com ele; contudo, se pensarmos bem, é o modo de reativar a vida de Bartimeu: impele-o a levantar-se, confia na sua possibilidade de caminhar”, disse também o papa.
Leão XIV disse que Bartimeu “não só quer voltar a ver, mas também quer recuperar a sua dignidade”.
"Para elevar o olhar, é preciso levantar a cabeça. Às vezes, as pessoas estão bloqueadas porque a vida as humilhou e só desejam reencontrar o seu valor", disse o papa.
Por isso, ele pediu a todos que fizessem todo o possível para alcançar o que desejam, "até quando os outros te censuram, te humilham e te dizem para desistir. Se o desejas realmente, continua a gritar!".
"Se o desejas realmente, continua a gritar", disse Leão XIV.
O papa enfatizou que "o que salva Bartimeu, e cada um de nós, é a fé".
"Jesus cura-nos para podermos ser livres", disse Leão XIV.
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Expor-nos a Jesus com todas as nossas vulnerabilidades
Leão XIV também falou sobre o gesto que Bartimeu teve que fazer ao jogar fora sua capa para poder se levantar.
"Para um mendigo, o manto é tudo: é a segurança, é a casa, é a defesa que o protege. Até a lei tutelava o manto do mendigo e impunha que fosse devolvido à noite, se tivesse sido penhorado (cf. Ex 22, 25)", disse o papa.
Assim, ele comparou metaforicamente o manto do mendigo com as “nossas aparentes seguranças”.
“Muitas vezes o que nos bloqueia são precisamente as nossas aparentes seguranças, aquilo que vestimos para nos defendermos e que, pelo contrário, nos impede de caminhar”, enfatizou Leão XIV.
Por isso, o papa enfatizou que, para ir até Jesus e se deixar curar, Bartimeu "deve expor-se a Ele em toda a sua vulnerabilidade" e que “essa é a passagem fundamental para qualquer caminho de cura”.
Por fim, ele convidou os fiéis a “levar com confiança a Jesus as nossas enfermidades e também as dos nossos entes queridos", assim como "a dor de quantos se sentem perdidos e sem saída".
"Clamemos também por eles, certos de que o Senhor nos ouvirá e se deterá", concluiu Leão XIV.
Antes de iniciar a catequese, o papa percorreu a praça de São Pedro no papamóvel. Como todas as quartas-feiras, muitas famílias aguardaram alegremente a passagem do veículo para que seus filhos pequenos pudessem receber a bênção. Havia também muitas bandeiras representando os países dos peregrinos. No percurso, Leão XIV parou o papamóvel várias vezes, por exemplo, para autografar um livro.