O papa Francisco pediu aos casais que se preparem adequadamente para o casamento e se comprometam com um “amor que dura a vida toda”, em mensagem aos jovens publicada depois de sua morte.

A carta, prefácio do livro Love Forever (Amor para sempre) da Fundação YOUCAT, incentiva os jovens que consideram o casamento a “acreditar no amor, acreditar em Deus e acreditar que são capazes de encarar a aventura” do matrimônio para toda a vida.

O papa descreveu no texto os votos matrimoniais tradicionais de “até que a morte nos separe” como “uma promessa extraordinária”.

"Claro, eu não sou cego, e vocês também não. Quantos casamentos hoje fracassam depois de três, cinco, sete anos?", escreveu o papa no prefácio, publicado na segunda-feira (28) pelo jornal americano New York Times na segunda-feira.

Perguntando retoricamente se seria melhor “evitar a dor, tocar-se só como numa dança passageira, desfrutar um do outro, brincar juntos e depois ir embora”, o papa respondeu que o amor “até segunda ordem” não é amor.

“Nós, humanos, temos o desejo de ser aceitos sem reservas, e aqueles que não têm essa experiência muitas vezes — sem saber — carregam uma ferida para o resto da vida”, disse Francisco. “Em vez disso, os que entram numa união não perdem nada, mas ganham tudo: a vida em sua plenitude”.

O papa disse que pediu à Igreja que "os ajudasse a construir uma base para o seu relacionamento baseada no amor fiel de Deus". Francisco escreveu que "sonhava" com um programa de formação matrimonial no estilo do catecumenato para a Igreja, um programa que pudesse durar anos e que "os salvasse de decepções, de casamentos inválidos ou instáveis".

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Citando o material de formação matrimonial do YOUCAT como um guia, o papa disse que os casais devem “participar absolutamente de cursos de preparação para o matrimônio”.

“Antes de receber o sacramento do matrimônio, é necessária uma preparação adequada”, escreveu o papa.

“Não podemos continuar como antes: muitos só veem o belo rito. Então, depois de alguns anos, eles se separam. A fé é destruída. Feridas são abertas. Muitas vezes, há crianças que sentem falta do pai ou da mãe”, disse o papa Francisco.

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Comparando o casamento à dança do tango na Argentina, seu país natal, o papa Francisco disse que tratar o casamento dessa maneira é "como dançar tango mal".

"O tango é uma dança que deve ser aprendida. Isso é ainda mais verdadeiro quando se trata de casamento e família", disse o papa.

Citando sua exortação apostólica anterior Amoris laetitia, Francisco concluiu o prefácio: “No amor jovem, a dança — passo a passo, uma dança em direção à esperança com os olhos cheios de admiração — não deve parar”.