Na quinta-feira (11), a Rádio Maria Nicarágua informou que as contas bancárias onde recebem doações em dólares e córdobas, a moeda local, do Banco de Produção (Banpro) foram bloqueadas. Esta medida foi questionada pelo presidente da Fundação Liberdade para a Nicarágua, Félix Maradiaga.

Segundo o jornal nicaraguense La Prensa, quem deu a notícia do bloqueio, que aconteceu sem aviso prévio, foi Róger Munguía, coordenador da emissora; e Rebeca Gaitán, da área editorial.

Munguía e Gaitán disseram também que as doações que permitem o normal funcionamento da Rádio Maria Nicarágua continuarão a ser recebidas nas suas contas de Lafise Bancentro, que ainda estão ativas.

La Prensa também diz que, desde 2019, o governo de Daniel Ortega não só congelou as contas dos opositores ou daqueles que os consideram assim, mas também cancelou cartões de crédito, certificados de depósito, apólices de seguro, entre outros.

O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, era um dos líderes da Frente Sandinista de Libertação Nacional, grupo guerrilheiro de esquerda que tomou o poder em 1979. Ortega soma mais de 30 anos no poder. Sua mulher, Rosario Murillo é vice-presidente do país.  

Félix Maradiaga, ex-preso político e presidente da Fundação Liberdade para a Nicarágua, disse ao jornal EWTN Noticias na quarta-feira (17) que o que aconteceu com a Rádio Maria “é o típico procedimento arbitrário que foi aplicado a mais de 3 mil organizações”.

“Os bancos nunca darão qualquer informação porque podem ser afetados pela ditadura com multas milionárias”, disse.