A pesquisadora e advogada Martha Patricia Molina disse que o governo da Nicarágua confiscou uma casa de freiras, que agora usa como escritório da Direção de Migração e Imigração, que faz parte do Ministério do Interior.

A antiga casa das Irmãs dos Pobres de Jesus Cristo fica na cidade de León, a noroeste da Nicarágua. As paredes continuam da mesma cor e dentro dela ainda se conservam os mesmos móveis das freiras. Atualmente é possível ver o logotipo do Ministério do Interior na fachada

“A ditadura sandinista confisca propriedade das Irmãs dos Pobres de Jesus Cristo que em julho de 2023 foram expulsas pela ditadura sandinista. A polícia permanecia lá dentro, mas só agora a transformaram em uma instituição do Estado”, disse Molina em sua conta na rede social X, na segunda-feira (5).

“Nem mudaram a cor das paredes ou dos móveis que as freiras usavam. O criminoso Ministério do Interior está fazendo o seu trabalho”, acrescentou.

“Fui informada de que há planos para os próximos confiscos de edifícios religiosos”, lamentou a autora do relatório Nicarágua: Uma Igreja Perseguida?, que relata centenas de ataques do governo contra os católicos no país centro-americano.

As freiras foram expulsas da Nicarágua em 2 de julho de 2023. Eram sete missionárias brasileiras. Hoje moram em El Salvador, onde continuam sua missão.

As Irmãs da Fraternidade dos Pobres de Jesus Cristo chegaram à Nicarágua em 2016 vindas do Brasil, onde a fraternidade foi fundada pelo padre Gilson Sobreiro. Também estão presentes na Costa Rica, Guatemala e El Salvador.

A sua expulsão da Nicarágua ocorreu um ano depois da expulsão de um grupo de Missionárias da Caridade, congregação fundada por Madre Teresa de Calcutá, que depois foram acolhidas na diocese de Tilarán-Libéria, na Costa Rica.