O arcebispo de Cracóvia, dom Marek Jędraszewski, anunciou a decisão de iniciar o processo de beatificação e canonização de Helena Agnieszka Kmiec, missionária leiga assassinada na Bolívia em 2017, que poderá assim tornar-se a nova santa da Polônia, terra de são João Paulo II.

Ele disse que, depois da fase anterior iniciada em dezembro de 2022, tomou a decisão de abrir oficialmente o processo Helena depois de ter consultado a Conferência Episcopal Polonesa e depois de ter recebido o consentimento do Dicastério para as Causas dos Santos da Santa Sé.

“Com este édito apelo a todos aqueles que possuem algum documento, carta ou informação sobre a Serva de Deus, tanto positiva como negativa, a enviá-los à Cúria Metropolitana de Cracóvia antes de 30 de junho”, disse dom Jędraszewski.

O édito de abertura da causa foi publicado ontem (14), e será lido em todas as paróquias e capelas de Cracóvia no próximo domingo (21).

Helena Kmiec, missionária leiga

A Serva de Deus Helena Agnieszka Kmiec nasceu em 9 de fevereiro de 1991 em Cracóvia. Ela era a segunda filha de Jan Kmiec e Agnieszka Bejska. Sua mãe morreu poucas semanas depois do nascimento da menina.

Depois de ficar viúvo, seu pai se casou com Barbara Zając e Helena foi criada “em um lar cheio de amor, carinho e, acima de tudo, profunda fé”, diz o texto.

Desde 1998 estudou o ensino fundamental e médio nas escolas da Associação de Educadores Católicos de Libiąż, depois passou dois anos com uma bolsa de estudos no Reino Unido. Entre 2009 e 2014 estudou engenharia na Universidade Técnica da Silésia em Gliwice.

O édito diz que Helena Kmiec ia “quase todos os dias à Santa Missa enquanto estudava, o que para ela era um momento muito importante do dia”.

Na universidade, ela conheceu o Serviço de Voluntariado Missionário Salvator da Congregação dos Padres Salvatorianos e tornou-se missionária com eles. Em 2012 foi para a Hungria para dirigir um acampamento de verão para crianças, em 2013 foi enviada para a Zâmbia onde trabalhou com crianças de rua e em 2014 para a Romênia trabalhou com jovens.

 

Helena Kmiec na Zâmbia. Crédito: Fundação Helena Kmiec
Helena Kmiec na Zâmbia. Crédito: Fundação Helena Kmiec

Antes de ser enviada numa destas missões, Helena escreveu: “Recebi a graça de Deus, (…) o dom dado gratuitamente para dar e tenho que partilhar esse dom! Todas as competências que possuo, as habilidades que adquiro, os talentos que desenvolvo, não são feitos para me servir, mas para que eu possa usá-los para ajudar os outros”.

“O maior presente é que conheço Deus e não posso guardar isso só para mim, tenho que difundir! Se posso ajudar alguém, fazê-lo sorrir, torná-lo mais feliz, ensinar-lhe algo, então quero fazê-lo!”

O assassinato de Helena Kmiec na Bolívia

No dia 8 de janeiro de 2017, Helena iniciou seu trabalho voluntário na Bolívia, onde planejava ficar seis meses. Poucos dias depois de sua chegada, na terça-feira, 24 de janeiro, foi morta no Colégio Edmundo Bojanowski, obra da Congregação das Servas da Imaculada Conceição da Bem-Aventurada Virgem Maria, em Pacata, Cochabamba.

Segundo relatos, dois criminosos entraram para roubar e foram surpreendidos pela polonesa. Um deles a atacou com uma faca, o que lhe causou a morte.

Helena Kmiec tinha 26 anos e esta foi sua última missão voluntária com Salvator.

Depois da sua morte, afirma o édito episcopal de ontem (14), “surgiu espontaneamente entre os fiéis uma opinião sobre a sua vida santa, dedicada a Deus e à Igreja. Muitas pessoas oraram e continuam a orar por sua intercessão”.

O édito conclui exortando que “o exemplo da Serva de Deus possa certamente ser uma inspiração para as pessoas, especialmente os jovens, a prosseguirem a sua vocação à santidade com paixão e compromisso através do voluntariado e da atividade missionária”.

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