O bispo emérito de David, Panamá, cardeal José Luis Lacunza Maestrojuán, fez 80 anos no sábado (24) e perdeu o direito de voto num futuro conclave. Com isso, o número de eleitores do Colégio Cardinalício para um futuro conclave diminuiu para 129.

O cardeal Lacunza é o primeiro cardeal do Panamá, embora não de nascimento, pois nasceu em Pamplona, Espanha.

Recentemente, o cardeal Lacunza foi protagonista de um misterioso desaparecimento durante cerca de 48 horas e depois reapareceu vestido à paisana a bordo de um carro. Mais tarde, o cardeal pediu desculpas pelo incidente, sem dar mais explicações.

A Conferência Episcopal do Panamá alertou sobre o desaparecimento e pediu orações, já que o paradeiro do cardeal era desconhecido.

Poucos dias depois, o papa Francisco aceitou a sua renúncia ao cargo ao atingir o limite de idade e tornou-se assim bispo emérito de David.

Com o cardeal Lacunza fazendo 80 anos, o número de cardeais eleitores cai para 129, nove a mais que o quórum estabelecido por são Paulo VI e confirmado por são João Paulo II. No entanto, o papa Francisco pode revogar este número. Os cardeais não-eleitores são 110.

Biografia do cardeal Lacunza

O cardeal José Luis Lacunza Maestrojuán nasceu em Pamplona, Espanha, em 24 de fevereiro de 1944. Entrou para a Ordem dos Agostinianos Recoletos da Espanha e emitiu os votos perpétuos em 1967. Foi ordenado sacerdote em 13 de julho de 1969.

Depois da ordenação sacerdotal foi enviado ao Panamá, onde se formou em Filosofia e História pela Universidade Nacional do Panamá.

De 1979 a 1985 foi reitor do Colégio Santo Agostinho do Panamá e, em 1985, foi reitor da Universidade Católica Santa Maria a Antiga.

Em 30 de dezembro de 1985, são João Paulo II o nomeou bispo auxiliar do Panamá.

De 1992 a 1997, foi secretário-geral do Secretariado Episcopal da América Latina.

Em 29 de outubro de 1994, foi nomeado bispo de Chitré e, em 28 de agosto de 1999, assumiu a liderança da diocese de David.

De 2000 a 2004 e de 2007 a 2013, foi presidente da Conferência Episcopal Panamenha.

O papa Francisco o criou cardeal no consistório de 14 de fevereiro de 2015 e ele participou dos sínodos de 2015 e 2018.

Cardeais que perderão o direito de voto em 2024

Até o final de 2024, outros dez cardeais perderão o direito de voto em conclave ao completarem 80 anos. Entre eles estão algumas figuras centrais para a vida da Igreja, a começar por dois cardeais da Cúria – já aposentados – mas ainda influentes: o jesuíta espanhol Luis Francisco Ladaria Ferrer, prefeito emérito do Dicastério para a Doutrina da Fé; e o canadense Marc Ouellet, prefeito emérito do Dicastério para os Bispos.

Há outros quatro cardeais que farão 80 anos, para os quais o papa também deverá encontrar um sucessor, já que todos estão atualmente no serviço ativo.

Trata-se do arcebispo de Boston e presidente da Pontifícia Comissão para a Proteção dos Menores, cardeal Sean Patrick O'Malley (29 de junho); do penitenciário-mor da Penitenciária Apostólica, cardeal Mauro Piacenza (15 de setembro); do arcebispo de Caracas, cardeal Baltazar Enrique Porras Cardozo (10 de outubro); e do arcebispo de Bombaim, cardeal Oswald Gracias (24 de dezembro).

Os cardeais O'Malley e Gracias também são membros do Conselho de Cardeais criado pelo papa para a reforma e governo da Cúria Romana.

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Os outros cardeais que farão 80 anos são o vigário apostólico de Vientiane, cardeal Louis-Marie Ling Mangkhanekhoun; o arcebispo emérito de Dar-es-Salam, cardeal Policarpo Pengo; o arcebispo emérito de Bordeaux, cardeal Jean Pierre Ricard, (investigado pela Santa Sé por admitir ter abusado de uma menor de 14 anos em 1987); e o arcebispo emérito de Nairóbi, cardeal John Njue.