“El sucesor. Mis recuerdos de Benedicto XVI” (O sucessor. Minhas lembranças de Bento XVI), é o título de um livro do jornalista espanhol Javier Martínez-Brocal, no qual o papa Francisco narra detalhes importantes e inéditos sobre sua relação com Ratzinger.

Respondendo com às perguntas do correspondente vaticano do jornal ABC, o papa Francisco falou sobre um dos períodos mais delicados para a Igreja na história recente: a coexistência, durante quase uma década, de dois papas.

Nesta história, que será publicada na Espanha no dia 3 de abril pela editora Planeta, o papa Francisco também aborda abertamente as tensões e controvérsias que teve com Bento XVI.

Falando à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, Martínez-Brocal diz que propôs este projeto ao papa Francisco poucos dias depois da morte de Bento XVI.

“Ele aceitou e me pediu um pouco de tempo, e vários meses se passaram até que pudéssemos fazer a primeira das entrevistas”, conta.

O resultado desses encontros, diz o autor, foi “um relato em primeira pessoa, muito interessante, sobre um momento sem precedentes na história da Igreja Católica, a coexistência de dois papas”.

 

Papa Francisco com Javier Martínez-Brocal durante um de seus encontros. Cristian Gennari.
Papa Francisco com Javier Martínez-Brocal durante um de seus encontros. Cristian Gennari.

Ele conta que o papa Francisco “não evita as questões difíceis” e que as suas declarações “vão surpreender a muitos”.

O autor também manifesta a sua gratidão a Francisco “por ter querido partilhar com tanta sinceridade e confiança estes momentos, que são tão delicados”. “Ele quer que seja conhecido e que se saiba ele os viveu”.

Num trecho do livro, o papa diz que ele e Bento XVI mantiveram “uma relação muito profunda”.

“Quero que isso seja conhecido, quero que seja conhecido sem intermediários. Ele foi um homem que teve a coragem de renunciar e, a partir de então, continuou a acompanhar a Igreja e o seu sucessor”, relata o papa Francisco num dos trechos do novo livro.