Desde a última quinta-feira (1º), dois padres claretianos permanecem em cativeiro depois de terem sido sequestrados na sua casa paroquial da diocese de Pankshin, no estado nigeriano de Plateau, em meio à onda de violência de gangues no país

Além disso, três dias antes, seis crianças e dois professores de uma escola cristã no estado de Ekiti sofreram um destino semelhante, embora tenham sido libertados no domingo (4).

Claretianos sequestrados

A ACI África, agência do grupo ACI na África, informou que os padres Kenneth Kanwa e Jude Nwachukwu foram sequestrados na noite de quinta-feira (1º).

O secretário provincial da Congregação dos Filhos Missionários do Imaculado Coração de Maria (Claretianos), padre Dominic Ukpong, pediu “orações neste momento difícil pela sua segurança e rápida libertação do cativeiro”.

“Que a Bem-Aventurada Virgem Maria interceda pelos filhos do seu Imaculado Coração. Amém”, pediu através de um comunicado.

Alunos e professores liberados

Em 29 de janeiro, um grupo formado por seis crianças e dois professores da escola “Igreja da Fé Apostólica”, em Emure, cidade do estado de Ekiti, também foi sequestrado por indivíduos não identificados.

Segundo a Agência de Notícias da Nigéria (NAN), todos foram soltos por volta das 2h (hora local) no domingo (4), depois de seis dias em cativeiro. Infelizmente, o motorista do ônibus escolar Taye Rasaki foi confirmado como morto.

“Todas as vítimas foram resgatadas na madrugada de hoje, domingo, mas infelizmente perdemos o motorista que se suspeita ter sido assassinado pelos sequestradores”, disse o porta-voz da Polícia, Sunday Abutu, segundo informou a ACI África.

Abuto não confirmou se foi pago dinheiro pelo resgate, mas garantiu que as investigações continuarão até que os criminosos sejam presos e a justiça seja feita.

Os bispos católicos da Província Eclesiástica de Ibadan, na Nigéria, divulgaram um comunicado na terça-feira (6), no qual expressaram “consternação” com os “acontecimentos infelizes”.

“Esta onda de crimes é um ataque brutal ao nosso respeito coletivo pelas instituições tradicionais e pela decência”, lamentaram os bispos, alertando que “a Nigéria está se tornando rapidamente um campo de matança hostil”.

O aumento dos casos de criminalidade, acrescentam, “indica a queda da nossa sociedade para um estado hobbesiano de natureza desagradável e brutal”. O termo “Estado hobbesiano” refere-se à visão política do filósofo Thomas Hobbes em sua obra “Leviatã”. Refere-se a um estado de natureza em que a sociedade é caracterizada por conflito, competição e ausência de autoridade centralizada.

A Nigéria vem lutando contra uma onda de violência gerada por gangues, cujos membros realizam ataques indiscriminados, sequestros para resgate e, em alguns casos, assassinatos.