O primeiro grupo de crianças feridas e doentes em decorrência dos bombardeios em Gaza chegou a Roma para serem tratadas em diferentes hospitais pediátricos da Itália, incluindo o hospital Bambino Gesú, conhecido como "o hospital do papa".

Na tarde de segunda-feira (29), um avião transportando onze crianças feridas da guerra entre os terroristas do Hamas – que controlam Gaza desde 2007 – e Israel deixou a fronteira egípcia em direção ao aeroporto militar de Ciampino, em Roma.

Graças a iniciativa liderada pelo vigário da custódia da Terra Santa, padre Ibrahim Faltas, espera-se que um total de 100 crianças sejam distribuídas entre vários centros, como o hospital Bambino Gesú, em Roma, o hospital Gaslini, em Gênova, o hospital Rizzoli, em Bolonha, e o hospital Meyer, em Florença.

Quatro das onze crianças, que sofrem de várias patologias ortopédicas, hematológicas e neurológicas, permanecerão no Hospital Pediátrico Bambino Gesú, localizado nas proximidades do Vaticano.

Em declarações à imprensa em Roma ontem (30), o padre Faltas disse “finalmente conseguimos enxergar o sorriso nos olhos dessas crianças. Elas estão felizes porque saíram do inferno”.

Na coletiva de imprensa também estiveram presentes o presidente do Hospital Pediátrico Bambino Gesù, Tiziano Onesti, e o embaixador do Estado da Palestina na Santa Sé, Issa J. Kassissieh, depois de visitar as crianças recém-chegadas.

Em declarações relatadas a Vatican News, serviço de informações da Santa Sé, Onesti ressaltou que as crianças "tinham doenças anteriores" e que, diante da impossibilidade de tratá-las em Gaza, " onde o hospital não existe mais, decidimos trazê-las para cá".

"Infelizmente, elas são poucas no momento, mas há muitas outras. É claro que, para eles, isso agora é uma esperança, embora, infelizmente, seja apenas uma gota em comparação com o grande problema que existe. Sentimos a necessidade de cuidar deles, com um sentimento de proximidade, independentemente da religião ou de outros fatores, porque isso é vida, e nós somos a favor da vida sempre”, disse.

A Itália se tornou o primeiro país europeu a lançar uma operação de resgate para as vítimas da guerra que eclodiu em 7 de outubro de 2023, com o ataque surpresa do Hamas em território israelense.