O arcebispo de Monterrey, dom Rogelio Cabrera López, presidente da Conferência Episcopal Mexicana (CEM) pediu aos católicos "comunhão afetiva e efetiva" com o papa Francisco, exortando-os a aderir às suas propostas pastorais contidas na declaração Fiducia supplicans.

A declaração Fiducia supplicans foi publicada em 18 de dezembro último pelo Dicastério para a Doutrina da Fé do Vaticano, com a aprovação do papa Francisco, e permite que os sacerdotes católicos abençoem uniões do mesmo sexo e casais em situações irregulares. A declaração foi rejeitada por bispos e conferências episcopais em diferentes partes do mundo.

Em 11 de janeiro deste ano, o Simpósio de Conferências Episcopais da África e Madagascar (SECAM), reafirmando sua "comunhão com o papa Francisco", determinou que as bênçãos propostas na Fiducia supplicans "não podem ser realizadas na África sem gerar escândalo".

Dom Cabrera López divulgou uma mensagem dizendo que é preciso entender Fiducia supplicans "a partir do chamado a manifestar a misericórdia de Deus e a viver segundo a boa nova do Evangelho".

"Por isso convido a todos a uma comunhão afetiva e efetiva com o Santo Padre, a nos unirmos as suas propostas pastorais", disse.

O presidente do CEM destacou em sua mensagem que "a unidade é um dos sinais claros da origem divina e da missão da igreja: nossa unidade mostra ao mundo que o Pai e Jesus são um e se converte em uma razão para crer".

"Um dos princípios visíveis dessa unidade é a comunhão com Pedro e em Pedro, que deve se refletir na obediência as suas decisões de governo, na doutrina que ele definiu e nos apelos pastorais que ele nos faz".

Dom Cabrera López destacou que o papa Francisco "tem se distinguido como um homem que clama à misericórdia, tomando decisões que trazem a ação da igreja para mais perto de todas as pessoas".

O bispo mexicano depois destacou que "embora tenhamos que proclamar a doutrina cristã e procurar implantar os valores que nos permitem levar uma vida em conformidade com a moral que brota do Evangelho, é importante saber como nos aproximar de todas as pessoas, entender sua situação de vida e mostrar-lhes o olhar misericordioso de Deus que as compreende e as chama a transformar suas vidas, dando-lhes as ferramentas de sua bênção e amor".

Para o presidente da CEM, essa "é a chave para ler as propostas pastorais feitas" por Francisco na Declaração Fiducia Supplicans. "Acredito que todos os fiéis cristãos, especialmente os pastores, devem compreendê-la neste chamado para manifestar a misericórdia de Deus e viver segundo a boa nova do Evangelho".