A presidente executiva da fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), Regina Lynch, disse que “há uma grande preocupação” de que o conflito no Oriente Médio, atualmente concentrado em Gaza, se estenda ao Líbano, onde vive o maior número de cristãos na região.

“A ACN tenta ajudar, mas existe uma grande preocupação de que o conflito se estenda ao Líbano, que continua sendo o país do Oriente Próximo com a maior concentração de cristãos”, disse Lynch em entrevista à Acncolombia.org. “Seria trágico porque sabemos que os cristãos em toda a região são tentados a ir embora”.

Segundo o Relatório sobre Liberdade Religiosa de 2023, publicado em junho pela ACN, os cristãos representam 34,28% da população libanesa, sendo “a maior percentagem de cristãos no mundo árabe”.

Nos últimos dias houve confrontos entre tropas israelenses e membros do grupo xiita Hezbollah na fronteira entre Israel e o Líbano.

O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse que o país “está sendo atacado por sete frentes diferentes”, e que são “Gaza, Líbano, Síria, Judeia e Samaria (Cisjordânia), Iraque, Iêmen e Irã”.

Ajuda da ACN para 2024

Depois de fazer um balanço da liberdade religiosa no ano passado, Regina Lynch disse que, para 2024, a fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre continuará centrada "no Oriente Próximo, devido à situação muito instável e à nossa preocupação de que mais cristãos deixem a região".

Também, “na Ucrânia, porque não há sinais de que a guerra vá acabar; em Mianmar, onde observamos com preocupação o agravamento da violência e da situação humanitária; depois, na região do Sahel: Nigéria, Níger, Mali, Burkina Faso”.

“E, claro, não devemos esquecer a América Latina, onde estão semeando muito ressentimento contra a Igreja, apesar do seu papel proeminente na sociedade no campo da educação, da saúde e da doutrina social da Igreja”, disse.

Ela manifestou a sua preocupação especial pela Nicarágua, “onde dezenas de sacerdotes foram detidos durante o ano passado. Recentemente, a grande maioria foi libertada, mas um bispo continua preso e outro foi preso há poucos dias. Onde vai parar tudo isso? Só Deus sabe".

A importância da oração

A presidente executiva da ACN disse na entrevista que “a oração está no centro daquilo que fazemos, é extremamente importante”.

Nesse sentido, disse que embora “há países no mundo onde pode ser difícil fornecer ajuda material ou onde a situação é tão má que não nos permite enviar ajuda”, o que pode ser feito “é ativar o maravilhoso grupo de nossos benfeitores, que são uma verdadeira central de oração”.

Aos benfeitores, disse, “sempre pedimos que rezem pela Igreja perseguida e necessitada. Faremos todo o possível para preservar e alimentar esta ajuda espiritual”.