Saint Mary's College, faculdade feminina católica em Notre Dame, Indiana, EUA, voltou atrás na decisão de aceitar homens que se identificam como mulheres, anunciou ontem (21) por email a presidente da escola Katie Conboy.

Conboy tinha anunciado no mês passado que a instituição aceitaria não apenas mulheres, mas quaisquer estudantes que “vivam e se identifiquem consistentemente como mulheres”.

A política recebeu críticas e reações adversas. O Fort Wayne-South Bend, Kevin Rhoades disse que a política estava “em desacordo com a doutrina católica”.

Em um e-mail obtido ontem (21) pela CNA, agência em inglês do grupo EWTN a que pertence ACI Digital, Conboy e a presidente do conselho de administração da escola, Maureen Smith, disseram que a faculdade “voltaria à nossa política de admissão anterior”.

“Quando o conselho aprovou esta atualização, nós a consideramos um reflexo do compromisso da nossa faculdade de viver os nossos valores católicos como uma comunidade amorosa e justa”, dizia a carta. “Acreditávamos que isso afirmava nossa identidade como uma faculdade católica e inclusiva para mulheres”.

“Está cada vez mais claro, no entanto, que a posição que assumimos não é partilhada por todos os membros da nossa comunidade”, continuava o e-mail. “Alguns temiam que isso fosse muito mais do que uma decisão de política: eles sentiram que era uma diluição da nossa missão ou mesmo uma ameaça à nossa identidade católica”.

“À medida que este último mês se desenrolava, perdemos a confiança das pessoas e criámos involuntariamente divisões onde esperávamos unidade”, dizia a mensagem. “Por isso, lamentamos profundamente.”

A carta dizia que a escola iniciaria em janeiro de 2024 uma série de “sessões de escuta” destinadas a “explorar o que significa abraçar os nossos valores como uma faculdade católica para mulheres”.

“Continuaremos a trabalhar para compreender como uma faculdade como a nossa pode se tornar um verdadeiro lar, um lugar de portas e braços abertos, do qual todos, com todas as suas diferenças intactas, fazem parte”, afirmou.

Uma porta-voz da escola disse à CNA no mês passado que a intenção por detrás da nova regra de admissão era “esclarecer a nossa política de não discriminação para sermos mais inclusivos”.

“Quando o conselho de curadores da faculdade aprovou uma atualização na política da escola em junho, ele incluiu uma mudança em nossa linguagem sobre quem consideramos para admissão, bem como sobre como apoiaremos os funcionários em todo o continuum da expressão de gênero”, disse a porta-voz.

A escola foi fundada em 1844 por quatro Irmãs da Santa Cruz que migraram de Le Mans, França.