"Só em Deus encontramos a luz da vida", disse papa Francisco antes da oração do Angelus dominical com os milhares de fiéis reunidos na praça São Pedro, com quem meditou sobre a figura de são João Batista.

"O exemplo de João Batista ensina-nos pelo menos duas coisas. Em primeiro lugar, que nós sozinhos não nos salvamos: só em Deus encontramos a luz da vida. E, em segundo lugar, que cada um de nós, com o serviço, a coerência, a humildade, com o testemunho de vida - e sempre com a graça de Deus - podemos ser uma lâmpada que brilha e ajuda os outros a encontrar o caminho do encontro com Jesus", assegurou o papa.

Segundo a Gendarmaria do Vaticano, cerca de 22.000 pessoas reuniram-se hoje (17), em frente à varanda do Palácio Apostólico, ao qual Francisco recordou que são João Batista - de cuja missão fala o Evangelho do terceiro domingo do Advento - "é certamente um homem extraordinário".

"As pessoas vêm ouvi-lo porque são atraídas por seu modo de ser, coerente e sincero. O seu testemunho revela-se na franqueza da sua linguagem, na honestidade do seu comportamento, na austeridade da sua vida", afirmou.

Papa Francisco explicou que estas três características o distinguem "de outras pessoas famosas e poderosas da época, que investiram muito na aparência".

Já pessoas como são João Batista, "íntegras, livres e corajosas, são figuras luminosas e fascinantes: inspiram-nos a ultrapassar a mediocridade e a ser modelos de vida boa para os outros".

"O Senhor envia homens e mulheres assim em todas as épocas. Será que os reconhecemos? Procuramos aprender com o seu testemunho, interpelando-nos até a nós mesmos? Ou deixamo-nos encantar por personagens da moda e entramos em atitudes superficiais?", questionou o papa.

Francisco destacou que são João Batista "é luminoso porque dá testemunho da luz. Mas qual é a sua luz? Ele mesmo nos responde, quando diz claramente à multidão que se reuniu para o escutar, que ele não é a luz, que ele não é o Messias. A luz é Jesus, o Cordeiro de Deus, "Deus que salva". Só ele redime, liberta, cura e ilumina".

"É por isso que João é uma "voz" que acompanha os irmãos à Palavra; ele serve, sem procurar honras ou protagonismos: é uma lâmpada, enquanto a luz é o Cristo vivo".

Foi neste sentido que, antes de recitar a oração mariana, papa Francisco pediu que nos perguntássemos: "Como posso, nos ambientes em que vivo, não um dia no futuro distante, mas agora, neste Natal, ser uma testemunha da luz, uma testemunha de Cristo?

"Que Maria, espelho de santidade, nos ajude a ser homens e mulheres que refletem Jesus, a luz que vem ao mundo", concluiu.