O arcebispo de Dublin, dom Dermot Farrell, condenou o “horrível ataque” em que três crianças foram esfaqueadas na tarde de quinta-feira (23), desencadeando uma noite de manifestações violentas na capital da Irlanda.

Dom Farrell pediu às pessoas que se unam a ele na oração pelos feridos, que incluem uma menina de 5 anos que sofreu ferimentos graves, duas outras crianças em idade escolar e dois adultos.

“Foi com total descrença que recebi a notícia do horrível ataque em Parnell Square, aqui em Dublin. Um ataque como este do lado de fora de uma escola, envolvendo vítimas inocentes, incluindo crianças, é particularmente angustiante”, escreveu Farrel num comunicado publicado nas redes sociais na quinta-feira.

“Convido o povo de Dublin a unir-se a mim em oração, especialmente pela recuperação daqueles que foram feridos. Conceda-lhes forças para suportar este terrível ataque e conceda a cada um de nós a graça de viver a nossa vida em santidade, livre de toda violência”, acrescentou.

O apelo do arcebispo católico à não violência foi feito na noite de quinta-feira, quando eclodiram protestos no centro de Dublin.

Um ônibus de dois andares, bem como vários carros, foram incendiados, enquanto lojas foram saqueadas e vários danos foram causados ​​na cidade, pelas mãos de uma centena de agitadores, alguns armados com barras de metal, segundo a agência Associated Press.

O delegado da polícia de Dublin, Drew Harris, acha que os tumultos foram “promovidos por uma ideologia da extrema direita”.

A polícia da capital irlandesa prendeu 34 pessoas envolvidas nos tumultos e deteve um homem de cerca de 40 anos, que identificou como “pessoa de interesse” na investigação do ataque com faca. Não foram revelados mais detalhes sobre sua identidade, exceto que ele sofreu ferimentos graves. A polícia disse que não estava procurando outros suspeitos e não descartava qualquer motivo para o ataque, incluindo terrorismo.

O ataque com faca ocorreu em frente à escola primária Gaelscoil Coláiste Mhuire, em Parnell Square, no horário da saída dos alunos.

Na manhã de sexta-feira (24), a polícia disse que uma menina de 5 anos continua em “estado crítico” no hospital infantil de Temple Street e uma mulher de 30 anos, que interveio para tentar impedir o ataque, e que seria uma funcionária da escola, continua em "condição grave."

Outra menina de 6 anos está sendo tratada por ferimentos leves, enquanto um menino de 5 anos recebeu alta do hospital.