Os líderes da Igreja Católica na Terra Santa manifestaram a esperança de que a trégua anunciada entre Israel e o grupo terrorista Hamas contribua para aliviar o sofrimento do povo de Gaza e ponha fim ao conflito.

Na noite de terça-feira (21), o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, aprovou um acordo para troca de reféns e prisioneiros com o grupo islâmico.

Em sua conta na rede social X, o gabinete do primeiro-ministro de Israel informou que " ao menos 50 reféns - mulheres e crianças - serão libertados em quatro dias, durante os quais haverá uma trégua nos combates" na Faixa de Gaza.

No entanto, esclareceu que o governo e as suas forças militares irão “continuar a guerra” até conseguirem a libertação de todos os reféns, “completar a eliminação do Hamas e garantir que não haverá nova ameaça ao Estado de Israel a partir de Gaza”. "

O Hamas disse que estes reféns serão trocados por 150 mulheres e crianças palestinas detidas em prisões israelenses.

Durante estes quatro dias de trégua, espera-se que centenas de caminhões com ajuda humanitária, material médico e combustível entrem na Faixa.

Depois do anúncio da trégua, o Patriarca Latino de Jerusalém, cardeal Pierbattista Pizzaballa, falou da Jordânia, onde faz uma visita pastoral. “Estamos felizes com a notícia e esperamos que isso leve a um desenvolvimento mais positivo que leve ao fim do conflito”, disse ele.

 

O custódio da Terra Santa, padre Francesco Patton, disse que o acordo entre Israel e o Hamas “vai na direção daquilo que o papa Francisco vem pedindo há muitas semanas. Esperamos realmente que esta trégua possa servir para libertar os reféns, por um lado, e por outro dar trégua e alívio à população civil de Gaza”, para que não continuem sofrendo por causa do conflito.

Segundo a agência SIR, o padre franciscano reconheceu que uma trégua é apenas “um breve momento de respiro”, mas expressou a sua esperança de que depois desta trégua possa ser alcançada “uma solução política” que permita aos israelenses e aos palestinos “viver seguros e com dignidade dentro de seus respectivos Estados”.

A nova guerra entre Israel e o Hamas começou em 7 de outubro, quando o grupo terrorista bombardeou e invadiu Israel a partir da Faixa de Gaza. Os milicianos palestinos capturaram mais de 230 reféns, incluindo menores, que foram levados para a Faixa; eles também mataram mais de 1,2 mil pessoas.

Durante os primeiros dias, Israel respondeu com ataques aéreos sobre Gaza, e depois iniciou uma incursão terrestre com o objetivo de libertar os reféns e acabar com o Hamas. No entanto, isto também causou uma crise humanitária por causa do bloqueio e dos bombardeios contínuos.

Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, os bombardeios causaram mais de 12 mil mortes. A diretora executiva da Unicef, Catherine Russell, disse ontem (22) perante o Conselho de Segurança da ONU que dos mortos na Faixa, cerca de 5,3 são crianças.

A isto devemos acrescentar os quase 1,6 milhão de pessoas deslocadas em Gaza por causa do conflito, segundo números divulgados pela Agência da ONU para os Refugiados.